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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Pais de bebê morto em incubadora criticam hospital: 'É uma palhaçada'

Gustavo dos Santos Carvalho da Silva ficou 13 dias internado.
Hospital alega morte por infecção bacteriana. Gêmeo teve braço quebrado.


Os pais do bebê Gustavo dos Santos Carvalho da Silva, que passou 13 dias internado na incubadora de um hospital de Santos, no litoral de São Paulo, ainda não se conformam com o falecimento, na madrugada desta segunda-feira (23), do filho recém-nascido. Para os pais da criança, Gustavo, apesar de ter nascido prematuro e estar na incubadora do hospital, vinha apresentando melhoras e a sua morte foi uma surpresa.

A balconista Kátia Elaine dos Santos Carvalho, de 32 anos, revela que o bebê apresentava sinais de melhora horas antes de vir a óbito. “O Gustavo estava bem, não tinha nada. Eu estava no hospital e fui vê-lo, ele estava bem. Tanto que as enfermeiras elogiaram, disseram que ele estava ganhando peso. Quando deu 5h, vieram me buscar e me deram a notícia. Não acreditei no começo. Perguntei: ‘mas como? Ele estava tão bem’. Só me falaram que podia acontecer, porque os bebês prematuros podem estar bem uma hora e, depois, não. Dizem que ele morreu por causa de alguma bactéria, mas isso não existe. Para mim, não tem lógica”, afirma.

O estudante Igor Bezerra da Silva, de 17 anos, pai da criança, critica a postura do hospital em relação ao caso. “A gente recebeu a notícia e explicação zero até o momento. É só ‘acho, acho e acho’, mas eles não têm certeza de nada. Falaram que vão pegar os laudos e dar uma posição só depois do Natal. Depois você pede outra coisa e dizem que não dá, porque o setor administrativo está fechado. Fomos conversar com a médica, mas ela falou que não sabe qual foi a causa da morte, pois o óbito aconteceu no plantão da noite e ela chegou às 16h. É uma palhaçada”, diz.

A mãe do bebê também questiona os procedimentos adotados após a morte de Gustavo. “Não fizeram autópsia, correram com tudo. Eles fizeram o enterro e tudo. Pedi um laudo sobre o outro gêmeo, o Guilherme, mas vou pedir também para saber o que realmente aconteceu com o Gustavo. Só falaram que ele tinha passado mal, ficado roxo e que tentaram reanimá-lo, mas era tarde. Eles acreditam que tenha sido por causa de alguma infecção bacteriana. Ele pode ter se engasgado, não sei. Não tenho ideia do que pode ter ocorrido, porém, não acredito que tenha sido por bactéria. Estou esperando uma resposta”, ressalta Kátia Elaine.

Sobre o irmão gêmeo de Gustavo, Guilherme dos Santos Carvalho da Silva, que ainda está internado na incubadora da Santa Casa de Misericórdia de Santos, a mãe relata que chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (BO) contra o hospital. Isso porque Guilherme apareceu com o braço esquerdo quebrado na última terça-feira (17). “Nesse dia eu fui visitá-lo e tirar leite para ele ser amamentado. Brinquei com ele, só que o Guilherme estava chorando muito e nada. As enfermeiras disseram que ele já tinha acordado, chorando muito e não sabiam a razão. Quando eu saí, nesse dia, ele estava mexendo os dois braços e vim na terça, mas o médico não me deixou entrar. Eles me falaram que o bebê pode ter quebrado o braço quando estava dormindo, que poderia ter entrado debaixo do colchão. Foi um absurdo. Meu filho sofreu a tarde toda, o dia inteiro, e só depois foram tirar o raio X. Fiz o registro da ocorrência no 2º Distrito Policial de Santos”, conta.

Este episódio, somado a morte de Gustavo, fez os pais cogitarem a transferência de Guilherme para outro hospital. No entanto, essa é uma medida que ainda está sendo estudada. “Não sabemos, ainda não foi providenciado. O que aconteceu foi uma total irresponsabilidade com os dois bebês. Mas temos que conversar, pois não é tão simples assim”, ponderou Igor.

A reportagem do G1 entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do Hospital Santa Casa, para conseguir maiores informações sobre o caso. De acordo com a assessoria, o setor administrativo do hospital emendou o expediente de Natal e os acontecimentos serão apurados somente depois do dia 26, quando um parecer sobre a morte de Gustavo deve ser apresentado.

O caso
Um bebê recém-nascido morreu na madrugada desta segunda-feira (23), no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Santos, no litoral de São Paulo. De acordo com a família da criança, Gustavo dos Santos Carvalho da Silva, que nasceu prematuro, de sete meses, no dia 10 de dezembro, estava internado na incubadora do hospital para ganhar peso, ao lado do seu irmão gêmeo, Guilherme dos Santos Carvalho da Silva. No entanto, a criança foi encontrada morta por volta das 5h desta segunda. Em um primeiro momento, os pais receberam a informação de que o óbito se deu por conta de uma infecção bacteriana. O bebê foi enterrado na tarde desta segunda-feira, no Cemitério Areia Branca, em Santos.

Fonte: Globo.com