O simples gesto de higienizar as mãos pode evitar uma série de complicações de saúde com a transmissão direta de micro-organismos, tendo em vista que a pele é um reservatório de agentes infecciosos que são transferidos de uma superfície para a outra, por meio de contato direto ou indireto. Essa possibilidade faz parte de um conjunto de eventos adversos que podem prejudicar a recuperação da saúde dos pacientes na rede hospitalar.
Por isso, o Hospital Regional Público do Marajó, localizado na cidade de Breves, implantou a estratégia de Gerenciamento de Riscos, que é desenvolvida pelo Núcleo de Gestão da Qualidade, com o objetivo de garantir maior segurança e qualidade da assistência fornecida aos usuários. O mais importante é que a medida atende à Resolução de Diretoria Colegiada 36/ 2013, do Ministério da Saúde, que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde no Brasil. Segundo a resolução 53/ 2013, a rede hospitalar tem até 180 dias para se adequar às novas regras de assistência à saúde dos usuários.
Responsável pelo Núcleo de Gestão da Qualidade, o enfermeiro Gilberto Flávio Reis explica que o gerenciamento de riscos compreende um conjunto de práticas sistemáticas que inclui diversas ações, entre elas o mapeamento dos riscos, definição dos fatores relacionados e práticas de controle, auditoria de riscos, análises das auditorias, elaboração de relatório de auditoria e planos de ação voltados para ciclos de melhorias.
A existência do risco afeta a integridade dos pacientes, da equipe de saúde ou da comunidade onde o serviço está inserido, observa, afirmando que o núcleo vem fazendo treinamentos sobre o tema para todos os gestores envolvidos no processo de qualidade do hospital, abordando conceitos, contextualização da importância do gerenciamento de risco e suas estratégias de gestão.
Entre as ações efetivas para a disseminação de práticas de controles de riscos, o Hospital Regional do Marajó elaborou protocolos de cirurgia segura, limpeza e desinfecção dos ambientes críticos e semicríticos, higienização das mãos e dietas enterais e parenterais. Os documentos foram produzidos pelos enfermeiros Dimas Rezende e Higor José de Oliveira Tostes, e pela nutricionista Leyde Carla Maria.
Os documentos repassam aos colaboradores as orientações mais importantes sobre cada processo: a higienização das mãos é imprescindível para todos os profissionais que atuam em serviços de saúde, mantêm contato direto ou indireto com os pacientes, atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. Deve-se usar, por exemplo, água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico.
As informações contidas no protocolo de limpeza e desinfecção têm o objetivo de prevenir e controlar eventuais episódios de infecção hospitalar, envolvendo especialmente a área técnica do hospital. Já o protocolo de cirurgia segura é uma iniciativa aparentemente simples, mas inovadora e de grande relevância para evitar eventos adversos dentro do centro cirúrgico. Entre as ações previstas, destaca-se a checagem e identificação com nome e função de cada membro da equipe, inclusive a confirmação do nome do paciente, diagnóstico e o procedimento pelo qual o paciente passará e marcação do local da cirurgia, quando envolver lateralidade.
Por sua vez, o protocolo de dietas ao pacientes vai definir os tipos de alimentações de acordo com as patologias e condições clínicas dos pacientes. Outra importante ação já realizada pelo hospital do Marajó é a pulseira de identificação com o nome, número de prontuário e data de nascimento do paciente para maior segurança na realização de exames, cirurgias e administração de medicamento, tendo em vista a possibilidade de semelhança de nomes e aparência entre pacientes.
Gilberto Reis enfatiza que as próximas etapas do gerenciamento de risco serão compostas por diversas fases de treinamentos e auditorias das práticas de controle que serão apresentadas à Comissão de Gerenciamento de Risco, composta por uma equipe multiprofissional. É uma busca incessante pela maior segurança e qualidade da assistência aos usuários dos serviços. Essa é uma de nossas missões: a qualidade de vida, conclui.
Fonte: Governo do Estado do Pará
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.