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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 19 de março de 2013

Promotor lamenta punição branda para erro médico

Ele orienta procurar uma delegacia e ajuizar ação de responsabilidade civil

O número de erros médicos registrados em Goiás no ano passado foi de 460, segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremego). Entretanto, na maioria dos casos, a punição é branda, como afirma o promotor de Justiça Érico de Pina Cabral. “A pena é muito leve para o dano causado”, ressalta.

De acordo com o representante do Ministério Público de Goiás, a indenização por condutas médicas que decorrem de negligência, imprudência ou imperícia é quase sempre desproporcional. “Em grande parte dos casos, a pena é convertida em multa ou em serviço comunitário”, comenta.

O promotor informa que, quando ocorre um problema desse tipo, a vítima ou a família dela deve fazer uma representação junto ao Cremego. Também é necessário, segundo ele, procurar um advogado para ajuizar ação de responsabilidade civil, visando indenização, e ir a uma delegacia para que o médico responda penalmente se o ato for culposo.

Érico de Pina comenta ainda que há dificuldade na produção da prova do erro, pois a atividade médica é de risco por natureza. “Tem que se avaliar até que ponto que o risco é natural e a partir de onde há negligência”, afirma. A apuração é feita com a perícia técnica, que normalmente é realizada por outro médico. “É uma avaliação extremamente detalhada, minuciosa”, ressalta.

De acordo com o Cremego, quatro médicos tiveram os registros cassados no ano passado devido a processos de negligência. A instituição informou ainda que todos recorreram da decisão no Conselho Federal de Medicina e aguardam julgamento.

Casos

Várias denúncias de erro médico tiveram repercussão em Goiás. Neste mês, duas suspeitas de imperícia na área de saúde ficaram em evidência.

Uma delas ocorreu em Anápolis, onde a bebê Emily Vitória, de nove meses, morreu em um hospital da cidade. Segundo a mãe Thays Oliveira Souza, a menina passou mal após receber uma injeção. “Acho que foi medicamento errado, não tem lógica. A minha filhinha estava boa, brincando, rindo. Só foi aplicar o remédio na veia dela, ela roxeou a boca, virou os olhos. Ela caiu”, relatou Thays.

Outra denúncia registrada em março é a da família de Michelly da Silva Pereira, de 18 anos, que morreu 10 dias após dar à luz em um hospital do Distrito Federal. Segundo o marido, Matheus Pereira Araújo, ela foi vítima de infecção por causa de duas compressas deixadas dentro da barriga da mulher durante a cesariana. A jovem foi enterrada em Aparecida de Goiânia, onde nasceu.

Prótese de silicone

A morte da Miss Turismo Jataí, Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, quando ela fazia cirurgia para colocar prótese de silicone nos seios, em dezembro do ano passado, também pode ter sido consequência de um erro médico. O exame cadavérico ainda não está pronto. Na época, a anestesista Beatriz Vieira Espíndola, detalhou que durante a operação a paciente teve reações comuns a pessoas que já usaram algum tipo de droga. Entretanto, o laudo toxicológico apontou que a jovem não tinha feito uso de drogas ou bebida alcoólica.

Fonte: G1