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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Médico diz que sofreu pressão para não ampliar investigação em UTI

Auditor do Ministério da Saúde acredita em mais do que sete mortes.
Para ele, médica Virgínia Soares de Souza tinha motivação financeira.


O médico Mário Lobato, auditor do Ministério da Saúde e coordenador da sindicância aberta no Hospital Evangélico, em Curitiba, para investigar as denúncias de que pacientes eram mortos dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diz que sofreu pressão para não ampliar as investigações. "A gente acredita que existe uma pressão velada porque isso, de uma forma ou de outra, atinge todas as UTIs, não só de Curitiba. Todo mundo vai ter que dar alguma resposta sobre o que está acontecendo dentro das UTIs", afirmou Lobato.

Neste domingo (24), o Fantástico publicou com exclusividade uma entrevista com o médico. Ele acredita que o número de mortes provocadas na UTI, que foi chefiada pela médica Virgínia Soares de Souza por sete anos, pode ser ainda maior do que os sete apontados na denúncia do Ministério Público (PR). A sindicância identificou cerca de 20 falecimentos semelhantes aos citados na denúncia. "Os casos que já estão fechados são, praticamente, mais de 20 casos já, e nós temos quase 300 já para fazer esse fechamento", disse Lobato.

De acordo com o MP, estes pacientes foram mortos por asfixia, com uso do medicamento Pavulon e diminuição de oxigênio no respirador artificial. Além da médica, outras sete pessoas foram acusadas, sendo que cinco chegaram a ser presas.

Virgínia Soares de Souza foi a última a conquistar a liberdade uma vez que teve a prisão preventiva decretada. Ela ficou um mês detida e agora responderá ao processo, que tramita em segredo de justiça, em liberdade.

O advogado de defesa da médica, Elias Mattar Assad, diz que Virgínia Soares de Souza não cometeu crimes algum. “Nós poderemos, em breve, provar que tudo que aconteceu naquela UTI tem justificativa na literatura médica”, destacou. O Ministério Público afirmou que deve recorrer da decisão que concedeu liberdade à médica nesta segunda-feira (25).

Lobato garante também que a médica Virginia Soares de Souza tinha motivação financeira para liberar os leitos. "A gente só não sabe até que ponto a doutora Virgínia e os demais membros participavam disso", disse o auditor.

Outro fato que chamou a atenção foi um prontuário em que constava a aplicação de dez ampolas de adrenalina em um paciente. "Essa quantidade de adrenalina é capaz de derrubar um cavalo", garante Lobato.

Em contrapartida, o presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) sustenta que alguns procedimentos normais de UTI podem ter sido mal interpretados. "A UTI não é um ambiente que é de morte. A cada dez pacientes que entram na UTI, na grande maioria das vezes, nove saem vivos", declarou José Mário Meira Teles.

Fonte: Globo.com