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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Hospitais de MS poderão oferecer atendimento dentário a pacientes

É por ela que o corpo é alimentado, o amor é selado e a alegria extravasada. Mas, é na boca, também, que 800 bactérias dividem o espaço. Portanto, a falta de cuidados pode representar o começo de uma série de problemas, como o surgimento de doenças sérias no coração, por exemplo.

No caso de quem já está debilitado e passa por tratamento de saúde em unidade hospitalar, os cuidados com a boca são reduzidos e os riscos de piora no quadro clinico são potencializados.

Presidente da Comissão de Odontologia Hospitalar do CRO (Conselho Regional de Odontologia), Juliana Santiago Setti explica que "consta na literatura casos de pacientes que passaram por cirurgia cardíaca bem sucedida. Entretanto, com a presença de algumas doenças periodontais, as bactérias se alojaram na válvula do coração e provocaram endocardite infecciosa. Com isso, outra cirurgia precisou ser feita. Processo que acaba provocando incomodo ao paciente e dispendendo mais gastos. Mas, vale lembrar que este é apenas um exemplo de uma gama infinita de doenças que podem surgir pela falta de higiene bucal".

Na intenção de possibilitar uma melhora na qualidade de sobrevida do paciente com a diminuição do risco de infecção, reduzindo o tempo de internação e o uso de medicamentos, além de garantir uma considerável diminuição nos custeios hospitalares, o deputado estadual Antônio Carlos Arroyo (PR) apresentou durante a sessão desta terça-feira (26) o PL (Projeto de Lei) que obriga as instituições hospitalares a oferecer cirurgiões-dentistas nas equipes multiprofissionais.

Com a medida, UTI's, CTI's, enfermarias, quartos particulares e centro cirúrgicos, devem contar com profissionais da área. "Atualmente, além dos médicos, as equipes multiprofissionais têm nutricionista, enfermeiros, farmacêuticos, dentre outros profissionais. Tenho certeza de que a inclusão de odontólogos capacitados só irá somar", avalia Arroyo.

Com a medida, o cirurgião-dentista, no âmbito hospitalar, exercerá um papel decisivo para a diminuição das infecções, ao reduzir bactérias presentes na cavidade bucal, que levam ao acometimento de doenças . Eles ainda ficarão responsáveis por procedimentos comuns, como limpeza dos dentes, língua e aplicação de flour. As emergências, tais como dores de dente, sangramentos e feridas, também serão atendidas pelos dentistas. "Apesar de, num primeiro momento, a inclusão do profissional representar o aumento dos gastos para os hospitais, nós temos certeza de que a inclusão dos cirurgiões-dentistas deve promover economias para a unidade. Para que as pessoas consigam visualizar, eu costumo usar como exemplo um estudo realizado nos Estados Unidos. Lá, descobriu-se que grande parte dos pacientes sem higiene bucal contraíram um tipo de pneumonia conhecido como PAV. Para o tratamento da doença de um único paciente, foi necessário investir cerca de 80 mil reais. No Brasil a história se repete. Portanto, o investimento em profissionais deve sim representar economia", defende Juliana Setti

Projeto semelhante foi promulgado recentemente pela Câmara Municipal de Campo Grande, entretanto "este projeto é mais abrangente do que a Lei municipal, pois torna obrigatória a presença de um cirurgião-dentista nas equipes de multiprofissionais em todo ambiente hospitalar e não só nas UTIS. "Com isso, o atendimento preventivo e de emergência deve ser realizado em todos os pacientes de todos os hospitais de Mato Grosso do Sul", garante Arroyo.

Fonte: Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul