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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Pai consegue que Estado pague tratamento do filho com paralisia

Alexandre Faleiros, pai de Felipe, que inventou uma botinha para filho jogar futebol conseguiu, na Justiça, que Estado costeie equoterapia e o therasuit.

Quem não se lembra do pai que criou uma bota especial para o filho com paralisia jogar futebol?

Nesta semana, Alexandro, o pai do Felipe, conseguiu mais uma vitoria na luta pela felicidade do filho.

Felipe nasceu prematuro. A falta de oxigênio no cérebro durante o parto não afetou a percepção, a memória, o raciocínio. Mas os movimentos foram prejudicados. Por isso, a fisioterapia é tão importante para desenvolver a coordenação motora.

Os exercícios são feitos com uma roupa especial, o método é conhecido como therasuit. “Tem vários ganchos que são especiais para utilizar essas gomas, favorecendo certos movimentos. No caso do Felipe, ele tem dificuldade de estender a perna sozinho. Então, isso aqui funcionaria como se fosse o músculo da coxa”, explica a médica.

O esforço é grande. Ele até lembra o homem aranha com todas essas cordas elásticas presas à estrutura metálica. E esse super-herói é dedicado. Ele se estica todo, faz um treme-treme na plataforma vibratória. Luta boxe.

Mas o esporte preferido do Felipe continua sendo o futebol. Ele pula, cabeceia e depois ensaia uns chutes na bola.

A indicação médica é fazer quatro módulos da terapia por ano. Cada módulo é um mês de treinamento intenso: três horas por dia.

Quando o Felipe começou, o máximo que ele conseguia era dar três passos na esteira, sem a ajuda dos fisioterapeutas e com apoio do equipamento. Depois de dois módulos de treinamento, Felipe chegou aos 440 passos. Só que a evolução dele poderia ter sido muito maior. É que o tratamento teve que ser interrompido porque a família não tinha mais como pagar. O pai de Felipe entrou na Justiça e conseguiu uma liminar que determina que a Secretaria Estadual de Saúde pague por todas essas despesas.

O tratamento também inclui sessões com cavalos, três vezes por semana. “O cavalo possibilita a quem está sentado sobre ele movimentos tridimensionais. Que significa isso? Uma dinâmica que favorece que aconteçam movimentos semelhantes aos que a gente anda”, explica Lílian de Albuquerque Moura, fisioterapeuta, especialista em neurologia.

O tratamento custa quase R$50 mil por ano.

“Pedi sim ajuda ao estado, aos órgãos competentes. Todos disseram que não. Pelo simples fato do tratamento, ou melhor, dos tratamentos, tanto a equoterapia quanto o therasuit, não fazerem parte do hall da Anvisa”, afirma o advogado Alexandre Faleiros, pai de Felipe.

O argumento era que os exercícios de Felipe eram experimentais, sem eficácia comprovada. Alexandro passou oito meses tentando provar à Justiça que o método era eficaz.

Essa semana saiu a decisão: Felipe vai poder continuar o tratamento e de graça.

“Está sendo comprovado dentro dos processos que existe um grande benefício para o paciente que se submete. E, se existe um grande benefício, eu acredito que o Ministério da Saúde vai acabar incorporando”, declara a desembargadora Vanessa Andrade.

“Com a introdução do therasuit isso teve um progresso inacreditável. É uma das coisas que ajuda a ele usar a botinha e jogar futsal toda segunda e quarta comigo”, conta o pai.

E por falar na botinha, Alexandro agora quer mandar o seu "invento" para dois irmãos americanos que vivem uma historia de amor e superação bem parecida.

Há um mês, o Fantástico mostrou uma reportagem com os irmãos Conner e Cayden, que competem em provas de triatlo juntos.

Alexandro e Felipe entraram em contato com a família americana pela internet. Mostraram como usar as botas para bater uma bolinha e fizeram a proposta.

“Eu e o Felipão vamos aí pessoalmente entregar a bota pra vocês”, diz Alexandro.

Do outro lado da tela, foi uma empolgação só. Com a botinha, Alexandre espera que os dois irmãos possam jogar futebol juntos.

E aqui é assim: um passo de cada vez, sem perder a determinação. Felipe sabe que esta batalha vale a pena.

“Vai dar tudo de você cara? Tenho certeza que você vai conseguir, você é um vencedor”, diz o pai.

Fonte: Globo.com