Mais uma médica foi indiciada pela Polícia Civil do Paraná sob suspeita de ter provocado a morte de pacientes na UTI geral do Hospital Universitário Evangélico.
Ao todo, são seis (cinco médicos e uma enfermeira) os indiciados no relatório final do inquérito, concluído na segunda-feira (4). Todos responderão por supostos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha.
Krissia Wallbach se apresentou ontem à polícia, após ter sido convocada, e é considerada uma peça chave da investigação: ela admitiu os supostos crimes, segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Michelotto.
A profissional trabalhava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e admitiu, segundo Michelotto, ter desligado aparelhos de pacientes, seguindo ordens da médica Virgínia Helena Soares de Souza, chefe do setor e presa preventivamente há duas semanas.
Ela responde em liberdade por ter colaborado com as investigações, segundo o delegado-geral. Atualmente, a médica mora nos Estados Unidos e não tem mais atuação na UTI geral do Hospital Evangélico.
Os outros cinco, que estão presos, negam ter cometidos quaisquer crimes.
O Ministério Público está analisando a documentação e tem até a próxima segunda-feira para decidir se oferece ou não denúncia contra os indiciados.
O inquérito concluído ontem diz respeito a seis mortes. Segundo Michelotto, outros 21 casos estão sendo investigados, e mais de mil prontuários de pacientes mortos na UTI do hospital também estão sob análise de uma junta médica.
CHEFE DA UTI
No mês passado, Virgínia Helena Soares Souza, médica responsável pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do mesmo hospital, foi presa sob suspeita de ser responsável pela morte de pacientes internados no local. A apuração, iniciada há um ano, partiu de denúncias de funcionários e ex-funcionários do hospital à ouvidoria do governo do Paraná.
A médica Virgínia Helena Soares de Souza, chefe da unidade de terapia intensiva, está presa em caráter preventivo (sem prazo para ser libertada) na Penitenciária Feminina de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.
Três colegas anestesistas e uma enfermeira também estão presos temporariamente (por 30 dias) sob suspeita de participar de supostos crimes. Ao menos dois deles tiveram pedidos de liberdade negados pela Justiça. Todos os cinco negam as acusações.
Virgínia, presa há quase duas semanas, já foi indiciada sob suspeita de homicídio qualificado.
O advogado da chefe da UTI tenta na Justiça a libertação da chefe de UTI. Para ele, os outros médicos detidos seriam testemunhas favoráveis a Virgínia e foram presos para que "perdessem a credibilidade".
Fonte: Globo.com
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.