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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Direção nega erro médico no caso da estudante que ficou paralisada

Familiares denunciaram que o hospital não teria entregue o prontuário dela na íntegra aos procuradores

O Hospital Universitário de Campo Grande (HU), vinculado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), nega que tenha havido erro médico no caso da estudante Rita Stefanny de Oliveira Ribeiro, 19 anos. Ela ficou sem os movimentos e a fala após realizar uma cirurgia, em janeiro deste ano, para a retirada de pedra nos rins. Segundo o hospital, ela teria dado entrada já com 30% das funções renais em funcionamento, apenas.

Internada em 26 de janeiro, Rita permaneceu quase três meses no hospital. Quando voltou para casa, não podia mais se mexer ou conversar, ficando totalmente dependente de ajuda da mãe.
Familiares denunciaram que o hospital não teria entregue o prontuário dela na íntegra aos procuradores, fato que ocorreu somente após intervenção do Ministério Público Federal (MPF), que recebeu a denúncia do presidente da Associação de Vítimas de Erros Médicos, Valdemar Moraes Souza – que entregou a documentação diretamente ao procurador regional dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga.

Valdemar concedera entrevista ao Capital News: “São inúmeras falhas, desde erros de enfermeiros a até de médicos. Um deles foi a administração incorreta do antibiótico que deveria ser dado a paciente de 12 em 12 horas e no caso na Rita foi administrado a cada 20 horas. Isso é um dos motivos que acabou provocando graves seqüelas.``

Via nota, o HU justifica que todos os procedimentos médicos após a chegada de Rita – vinda do Hospital Regional Rosa Pesdrossian, onde fez os primeiros tratamentos – foram realizados. Ela já teria chegado com quadro de sespe (infecção generalizada).

Rita foi medicada, segundo o HU, e teve o rim drenado para retirada de grande quantidade de secreções.

Devido a uma piora no quadro respiratório, Rita foi levada ao Centro de Tratamento Intensivo (CTI), ainda no mesmo dia, segundo o HU.

“A paciente foi para o CTI consciente com máscara de oxigenação. No CTI, depois de decorrido cerca de duas horas, em razão da não melhora do padrão respiratório foi decidido pela intubação orotraqueal para ser ventilada mecanicamente por meio de respirador multiprocessado”, traz a nota.

Logo em seguida, no CTI, segundo a nota, Rita evolui para choque séptico em vários órgãos. Depois, houve insuficiência respiratória, piora da insuficiência renal –sendo necessária realização de sessões de hemodiálises – e sepse aguda adulta.

No dia 31 de janeiro, segundo nota, Rita apresentou uma parada cardiorrespiratória sendo ressuscitada pelos médicos.

Ela teria permanecido no CTI até melhora do quadro pulmonar, deixando de ter necessidade de ventilação artificial.

Quanto à insuficiência renal, ela já teria melhorado e deixado de precisar de sessões de hemodiálise, todavia, o quadro neurológico evoluiu com sequelas determinando o quadro atual da paciente.

O hospital cita o diretor do Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas), Nelson Akamine, para explicar que sepse evoluindo para choque séptico pode atingir a média de mortalidade dos pacientes em 60% com pico de 80% e que os demais pacientes podem ter sequelas (neurológicas, pulmonares, renais ou amputações ficando uma pequena parcela dos pacientes vivos sem sequela após um quadro de choque séptico).

Na tarde de ontem, o HU informou sobre e concedeu entrevista coletiva para parte da imprensa sobre o caso. Estiveram presentes o vice-reitor da UFMS, João Ricardo Filgueiras Tognini, e o diretor-geral do Núcleo do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa Vieira Pontes.(Com informações do MSRecord)

Fonte: Marcelo Eduardo – www.capitalnews.com.br