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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Médico opera ombro ao invés de punho

Para dona Iranilda, o erro médico foi ocasionado pela apresentação de um raio x que não seria o do seu filho

O que deveria ser apenas um procedimento cirúrgico para retirada do pino colocado há 30 dias no punho direito do filho, um adolescente de 14 anos, se transformou em revolta e tristeza para a família de Iranilda Maria Santos Silva. A operação ocorreu na manhã da última segunda-feira, no Hospital Infantil Santa Terezinha, no bairro de São Brás, porém, em vez de cumprir o que estava previsto na solicitação, o médico responsável pela intervenção trocou a parte do corpo que deveria ser aberta, ocasionando um corte desnecessário na região do ombro direito. O pino foi retirado após identificação do erro. “Uma cirurgia que deveria durar menos de quinze minutos foi feita em quase duas horas. O tempo ia passando e eu ficava preocupada, foi quando saiu uma enfermeira da sala e eu perguntei o que estava acontecendo. Ela disse que esse tipo de cirurgia no ombro demorava mesmo. Eu disse que ele estava ali para retirar apenas um pino, aí ela ficou nervosa e voltou para a sala”, contou.

De acordo com a mãe do adolescente, após perceber que algo estava errado, foi em busca de mais informações sobre qual tipo de procedimento estava sendo realizado em seu filho. “Foi quando outra enfermeira, aparentemente muito nervosa, veio até mim para informar que foi necessário abrir o ombro do meu filho para empurrar o osso e retirar o pino, mas ela não conseguiu me enganar”, continuou.

Para dona Iranilda, o erro médico foi ocasionado pela apresentação de um raio x que não seria o do seu filho. “Quando pude vê-lo e vi o que tinha acontecido, fiquei muito triste. Ele me contou que viu o raio x e percebeu que não era o dele, tentou falar, mas ninguém ligou”, afirmou. Preocupada com o ocorrido, ela contou que procurou a direção e o médico responsável, que prontamente teriam ido dar explicações. “Foi quando eles admitiram o que chamaram de ‘pequeno equívoco’, alegando que iam dar toda a assistência necessária, inclusive o dinheiro da passagem de ônibus para que o garoto fosse fazer os curativos. Mas o que eu quero é que eles sejam responsabilizados por isso para que não se repita com mais ninguém”, indignou-se a mulher. Ela registrou boletim de ocorrência na Seccional de São Brás e pretende levar o caso ao Ministério Público.

A reportagem entrou em contato com o hospital para esclarecer o que teria acontecido, mas foi informada pela telefonista que a direção só se posicionaria sobre o assunto pela manhã de hoje, durante o expediente normal, já que ontem foi feriado. O garoto é o mais velho de quatro irmãos e sonha em ser jogador de futebol. Para ele, o mais difícil será ficar por mais tempo sem ir aos treinos devido aos dois procedimentos. Deitado em uma cama, ele ainda sente dores e teme ficar com marcas pelo resto da vida.

Fonte: Diário do Pará