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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Lipoaspiração volta a ser cirurgia plástica mais realizada no Brasil

Médico afirma que mulheres ficaram preocupadas com casos de rompimento das próteses PIP e Rofil

A lipoaspiração desbancou a prótese de silicone e voltou a ser a cirurgia plástica mais popular no Brasil. Ela já tinha ocupado o posto de campeã em 2004, caiu em 2007 e voltou a liderar em 2011.

Em quatro anos, o número de cirurgias plásticas no país quase dobrou: passou de 629.287, em 2008, para 905.124, em 2011 -um aumento de 43,9%.

Os dados, obtidos com exclusividade pela Folha, são de pesquisa da Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), em conjunto com a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), que será divulgada hoje.

Em 2011, foram feitas 211.108 lipos contra 91.800 em 2007-um aumento de 130%. No mesmo período, foram 148.962 cirurgias de aumento de mama (um crescimento de 54,5%).

Segundo Carlos Oscar Uebel, presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, uma das razões pelas quais a lipo ultrapassou as cirurgias de mama foi a preocupação gerada pelos implantes de silicone rompidos das marcas PIP e Rofil.

``Essa retração aconteceu não só no Brasil mas também na França, Itália e Espanha, países onde essas próteses eram bastante usadas. As mulheres ficaram reticentes.``

Segundo dados do Ministério da Saúde, 88 mulheres tiveram que trocar as próteses no SUS no ano passado.

MORTES

Ao mesmo tempo em que se populariza, a lipo também acumula mortes, muitas vezes atribuídas à imperícia profissional ou à falta de condições do local onde é feita.

Por ano, oito pessoas morrem no país durante o procedimento, segundo a Isaps. A SBCP ainda prepara um levantamento do número de mortes e das possíveis causas associadas a elas.

Para José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, a banalização do procedimento é a principal responsável por mortes e outros problemas.

``A lipo é feita por muitos médicos que não são cirurgiões plásticos e que não receberam treinamento adequado. O local também é negligenciado. Você não vê paciente morrendo no Einstein, no Sírio ou em outros hospitais de ponta.``

Para Carlos Uebel, as mortes preocupam mas são poucas em relação ao número de procedimentos realizados.

``Temos um dos menores índices do mundo, mas é um problema sério: 85% das denúncias [de mortes ou intercorrências] que chegam ao Cremesp [Conselho Regional de Medicina] são de médicos que não têm especialidade em cirurgia plástica.``

Ele explica que a lipo tem limitações nem sempre respeitadas. ``Eles podem ultrapassar os 5% [de retirada de gordura] do peso corporal, operam fora do ambiente hospitalar e sem a presença do anestesista. É uma técnica muito segura, desde que feita adequadamente.``

VICE-CAMPEÃO

Em números absolutos, o Brasil é vice-campeão mundial em cirurgia plástica. Só perde para os Estados Unidos, que realizou 1,1 milhão de procedimentos em 2011.

``Se levarmos em consideração a população total dos dois países, veremos que o número de cirurgias per capita em ambos é muito próximo, apesar do poder aquisitivo dos americanos ser muito superior``, afirma Aboudib.

Outra novidade da pesquisa ficou por conta da blefaroplastia (correção das pálpebras), que teve um aumento de 120%. ``Os homens também têm feito muitas cirurgias de pálpebras. Elas começam a pesar e isso dificulta a leitura``, diz Aboudib.

Fonte: Folha de S.Paulo / Cláudia Collucci