Uma adolescente britânica morreu de um tumor cerebral não diagnosticado, apesar de ter consultado 13 médicos em um ano queixando-se de dor de cabeça. As 24 consultas de Natasha Simmonds, de 16 anos, não foram suficientes para que um deles pedisse uma ressonância magnética, que permitiria o diagnóstico. Ela morreu oito dias depois de o tumor ser descoberto, quando já tinha se espalhado para a espinha.
A adolescente queixava-se de dores de cabeça, dormência nos braços e pernas e enjoos. Segundo sua mãe, Sarah Simmonds, três meses antes da morte de Natasha, um médico acusou a menina de “fingir os sintomas”. Ele se recusou a solicitar os exames, que seriam reservados para situações de “vida ou morte”. Sua irmã, Fiona, acusa o sistema de saúde de ignorar as queixas da irmã. “Ela foi vista por tantas pessoas e ninguém levou-a a sério”, disse ao jornal Daily Mail.
A adolescente começou a fazer tratamento para enxaqueca em 2012. Como ela parecia melhorar a cada crise, os médicos do Hospital Bath’s Royal, em Bath, não consideraram que precisaria de uma ressonância. Nos meses seguintes, Natasha visitou quatro pediatras, seis clínicos gerais e três emergências.
Quando finalmente solicitaram a ressonância, ela ainda levou três meses para conseguir ser marcada. Natasha foi diagnosticada com um tipo raro de tumor apenas oito dias antes de sua morte.
“Nós nunca saberemos o que poderia ter acontecido se ela tivesse feito uma ressonância quando nós pedimos. No pior dos casos, ela não teria morrido tão depressa e tão assustada. Nós ficamos tão chocados. Nos disseram tantas vezes que era enxaqueca, então nunca imaginamos que ela podia ter câncer”, disse a mãe dela.
Um porta-voz do hospital disse que “nas próximas semanas, os médicos que examinaram Natasha vão ser chamados para discutir o caso e garantir que a oportunidade de aprendizado não seja desperdiçada”.
Fonte: Extra
Espaço para informação sobre temas relacionados ao direito médico, odontológico, da saúde e bioética.
- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.