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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Mulher morre após lipo em Rio Grande (RS); família denuncia erro médico

Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu inquérito nesta quarta-feira (5) para investigar a morte de uma mulher por complicações pós-operatórias decorrentes de uma cirurgia plástica. Na última segunda-feira (3), Maria de Fátima Machado, 53, foi submetida a uma cirurgia plástica com abdominoplastia e lipoaspiração nas costas na Santa Casa de Rio Grande. Na manhã dessa terça-feira (4), teve uma parada cardíaca. O enterro ocorreu hoje (6) de manhã.

Os familiares da vítima relataram à polícia que o atestado de óbito emitido pelo posto do Departamento Médico Legal (DML) da Santa Casa sustenta que Maria de Fátima morreu em decorrência de choque hipovolêmico – ou perda abundante de sangue – depois da operação. No documento também estão registradas coagulação intravascular disseminada, infecção bacteriana e perfuração do cólon direito.

A filha da paciente, Vanessa Machado, denunciou que os médicos responsáveis pelo pós-operatório não atenderam à vítima adequadamente. "A minha mãe foi para o quarto por volta das 20h queixando-se de muita dor. Ela chegou a ser medicada com morfina, mas o serviço de enfermagem insistiu que se tratava de um procedimento normal no pós-operatório. Mas uma enfermeira chegou a comentar que ela estava sangrando muito", disse a filha.

Segundo Vanessa, a médica responsável pela cirurgia foi chamada três vezes ao hospital mas só compareceu perto das 4h30, quando Maria de Fátima teve uma parada cardíaca. O delegado da Polícia Civil Rafael Patella Amaral, da 1ª delegacia de Rio Grande, disse que tomará os primeiros depoimentos a partir da tarde desta quinta-feira. Ele não quis adiantar nenhuma linha de investigação da Polícia, mas relatou que a mulher não apresentava nenhum problema de saúde e "era uma pessoa saudável".

"Sem possibilidade de erro operacional"

A família de Maria de Fátima informou também que os médicos consideraram normal o quadro de recuperação da vítima, mesmo com suspeita da hemorragia que pode ter levado a paciente à morte. Conduzida para o Hospital de Cardiologia, no mesmo complexo da Santa Casa, Maria de Fátima teve outras duas paradas cardíacas e morreu por volta das 9h de terça-feira. Durante o velório, uma decisão judicial que determinou a coleta de sangue da vítima para efeito de contraprova interrompeu a cerimônia.

O assessor jurídico da Santa Casa de Rio Grande, André Gandra, disse que todo o procedimento transcorreu normalmente e que não há possibilidade de erro operacional. Segundo ele, a cirurgia foi integralmente gravada e fotografada, e a cirurgiã plástica "tem provas de que não houve nenhum problema".

Gandra explicou que, após a cirurgia, a paciente foi para a recuperação e logo após para o quarto, onde começou a passar mal e foi atendida pela equipe de plantão. Por volta das 5h da manhã de terça-feira, teve uma parada cardiorrespiratória. De acordo com o assessor, Maria de Fátima foi encaminhada à UTI e morreu às 9h15.

"Mesmo assim, abrimos uma sindicância para averiguar o fato e vamos aguardar o laudo definitivo do DML", disse Gandra. O assessor jurídico ressaltou que a paciente não morreu de choque hipovolêmico e sim de uma parada cardiorrespiratória, o que não tem, segundo ele, relação direta com o procedimento cirúrgico efetuado.

"Toda cirurgia plástica tem um risco de óbito, mas neste caso não se localizou ocorrência médica que levasse à morte", disse.

Fonte: UOL