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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Falta de laudo impede enterro de finalista do Musa do Brasil

Com enterro suspenso, corpo de Raquel Santos foi retirado do Cemitério Parque da Paz, São Gonçalo, sob alegação de erro no atestado de óbito.

O enterro de Raquel Santos, de 28 anos, uma das finalistas do concurso Musa do Brasil, que aconteceria às 16h desta terça-feira, 12, no Cemitério Parque da Paz em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, foi suspenso. A delegada Maria Carolina parou o velório baseada na decisão da Polícia Civil de investigar a causa da morte para a retirada do corpo da capela, sob alegação de dúvida no atestado de óbito e laudo. Uma perícia deve ser feita no Instituto Médico-Legal (IML) de Niterói. O corpo foi encaminhado para o IML às 17h20 no carro da funerária e transportado pela Defesa Civil.

A mãe da modelo, Penha Pontes, saiu do velório para conseguir liberação de um juiz para que a filha possa ser enterrada. Gilberto Azevedo, viúvo de Raquel, se mostrou indignado com a situação e foi levado a uma sala para conversar com a delegada. "A mãe dela foi atrás da delegada. Ela não quer a exumação do corpo de jeito nenhum. Já pensou abrir o corpo da filha? Essa situação de não ter o laudo é horrível. Eu acho que não vai ter jeito, vão levar o corpo da Raquel de volta daqui", disse ele ao EGO.

Cedilene, que se identificou como uma amiga da família, conta que existe um confronto de informações entre o médico que atendeu Raquel na clínica de estética e o hospital. "O médico da clínica de estética alega que Raquel saiu de lá viva. O hospital alega que Raquel já chegou lá morta. Logo não temos um laudo de morte de Raquel, com isso o corpo não pôde ser liberado para ser enterrado. A mãe dela teve que sair daqui agora correndo para ir tentar a liberação com um juiz. Não tem o laudo e motivo da morte, com isso o corpo não pode ser liberado"

Nota divulgada pelo Hospital Icaraí, no entanto, é diferente da versão de Cedilene. De acordo com o hospital, Raquel foi atendida com quadro de parada cardiorrespiratória. "A paciente Raquel Pontes dos Santos, 28 anos, deu entrada no Hospital Icaraí, na noite do dia 11 de janeiro, com quadro de parada cardiorrespiratória. Foram realizadas as manobras de ressuscitação cardíaca, que sem êxito, o óbito foi constatado às 21h40. A instituição lamenta profundamente o ocorrido e esclarece que todas as medidas para prestação de socorro foram realizadas adequadamente", informa.

Entenda o caso
Raquel Santos uma das finalistas do concurso Musa do Brasil, morreu no fim da tarde desta segunda-feira, 11, após se submeter a um procedimento estético de preenchimento no rosto. A jovem, que é de Niterói, no Rio, representava Mato Grosso no Musa do Brasil. Ela era casada e tinha dois filhos, Caíque, de 13 anos, e Liam, de 7.

Hilda Helena, avó de Caíque, filho mais velho de Raquel, chegou ao velório com o neto. "Eu que contei para o Caíque sobre a morte. Ele ainda está muito triste, sem acreditar no que aconteceu. Foi tudo muito de surpresa para a gente. O Caíque nem chegou a chorar a morte da mãe, acho que a ficha não caiu".

Antes do velório, o marido de Raquel, o empresário Gilberto Azevedo, contou ao EGO o que aconteceu. "Ela estava na clínica do doutor Wagner Moraes (marido de Ângela Bismarchi) quando começou a sentir o coração acelerado e muita falta de ar. As enfermeiras disseram que os níveis dela estavam normais, mas ela estava roxa", afirmou ele, dizendo que levou Raquel para um hospital de Niterói 40 minutos depois: "Quando chegamos lá, ela teve uma parada cardíaca. Acredito que se ela estivesse em algum lugar adequado para fazer o procedimento estético, como um hospital, ela ainda estaria viva".

Segundo ele, esse não foi o primeiro procedimento estético feito por Raquel: "Ela estava doente com essa busca pela beleza. Já tinha colocado silicone, em 2014; feito nariz, queixo e bochechas em 2015; e na semana passada tinha feito um enxerto no bumbum. Além disso, ela tomava muitos remédios e fumava muito. Ela tomava remédio antes de malhar, para dormir... Acho que isso mais uma negligência do médico causaram a morte dela".
Mesmo com a declaração, ele afirma que não pretende processar Wagner: "A princípio não pretendo tomar nenhuma medida legal porque não vai trazê-la de volta. Vou conversar com a família para saber o que eles querem".

De acordo com Gilberto, Raquel foi alertada sobre o perigo das cirurgias. "Nunca a apoiei para fazer essas plásticas. Sempre falei que ela estava doente e que não precisava. A mãe dela também falou muito. Ela era linda. Ia desfilar no carnaval e estava muito ansiosa com isso".

Wagner Moraes se defende
Procurado pelo EGO para falar sobre as declarações de Gilberto, Wagner Moraes se defendeu e explicou o procedimento feito por Raquel: "O que ela fez comigo foi um preenchimento de 'bigode chinês', uma coisa muito pequena, de dia a dia. Aplicamos 1ml de metacrilato em cada lado da boca, uma quantidade permitida. Nada como o que a [Andressa] Urach fez e causou o problema dela. Não houve complicação em relação ao procedimento, não teve nada a ver. Graças a Deus", afirmou o médico, que nunca havia trabalhado com a modelo antes e não foi quem aplicou a mesma substância em suas nádegas, uma semana antes: "Só sei que foi em uma clínica da Barra (Zona Oeste do Rio), nada mais".

Segundo Wagner, o problema com Raquel provavelmente ocorreu porque a modelo aplicava medicamentos por conta própria. No dia em que passou mal, ela teria feito uso de um aerosol contra asma.

Quando ela chegou na minha clínica passando mal, estava com falta de ar e a gente a encaminhou para o hospital. Mas ela fumava muito, de dois a três maços por dia, e já tinha dificuldade para respirar. O marido contou que ela havia aplicado um aerosol para asma antes. Além disso, há cerca de três meses, ela usava um esteróide de uso animal que injetava sozinha na coxa, diariamente. Ela não me relatou nada disso, só soube depois. Mas não que isso influenciasse em alguma coisa... O procedimento feito foi mínimo. Mas é aquilo, né? Essas coisas que o pessoal usa em academia não se chama bomba por acaso. Uma hora explode", lamentou.

Fonte: Globo.com