Mãe da menina disse que veículo não tinha condições de rodar, em Goiás.
Paciente esperou por mais de uma hora até que outro transporte chegasse.
A família de Nicole Vitória Ramos do Nascimento, de 2 anos, denuncia que a menina morreu após chegar ao Hospital de Urgências de Santa Helena de Goiás (Hurso), no sudoeste goiano, devido à demora na transferência para a unidade de saúde. A ambulância que transportava a criança quebrou durante o percurso de Catalão, onde ela estava hospitalizada, para o Hurso, a 388 km de distância, provocando o agravamento do estado de saúde da paciente, que precisava de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O caso aconteceu na madrugada de domingo (17). Segundo a mãe da garota, Lara Nascimento, a ambulância não tinha condições de circular. "O próprio motorista disse que tinha demorado a chegar no hospital de Catalão para fazer a transferência porque foi buscar a ambulância na oficina. O mecânico disse para ele que a ambulância não tinha condições de rodar porque estava toda remendada”, disse.
Nicole nasceu com paralisia no cérebro e precisava de cuidados especiais. Na última quarta-feira (13), a garota teve convulsões e apresentou sintomas de pneumonia, por isso, ela foi internada na Santa Casa de Misericórdia de Catalão, cidade do sudoeste goiano onde a família mora. Como o estado de saúde dela era delicado, foi solicitado vaga em uma UTI pediátrica. A transferência aconteceu no sábado (16), quando conseguiram um leito em Santa Helena de Goiás.
A garota foi transportada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo a família, o veículo demorou mais de 12 horas para ser liberado para fazer a transferência de Nicole. A ambulância estragou na metade do caminho, próximo a Itumbiara, no sul goiano.
De acordo com a mãe de Nicole, foi preciso esperar mais de uma hora na rodovia para que outro veículo chegasse ao local e levasse a paciente até o hospital. “Nesse tempo, eles abriram a ambulância todinha. Estava fazendo muito frio e a gente ficou exposta, com aquele tanto de caminhão passando”, disse.
A criança chegou com vida ao hospital, mas morreu na UTI do Hurso depois de duas paradas cardíacas. “Os próprios médicos disseram que a demora foi um dos fatores que complicou o estado dela. Se tivesse chegado antes, a chance teria sido maior”, relatou Lara.
A Secretaria Municipal de Saúde de Catalão, responsável pela ambulância, não quis se pronunciar sobre o caso.
Fonte: G1/Goiás
Espaço para informação sobre temas relacionados ao direito médico, odontológico, da saúde e bioética.
- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.