Seleção oferece 470 vagas em hospitais do Rio de Janeiro.
Desconfiados dos resultados, participantes fizeram denúncia.
O Ministério da Saúde suspendeu temporariamente um concurso para residência médica, após denúncia divulgada pela rádio CBN do Rio de Janeiro.
O aviso está na página do Ministério da Saúde. Os resultados do concurso foram suspensos até sexta-feira (8).
A seleção oferece 470 vagas para residência médica em hospitais federais, como o Instituto Nacional de Cardiologia, estaduais e privados que têm convênio com o Ministério da Saúde.
A suspeita envolve 22 candidatos, de oito especialidades médicas, que tiraram nota máxima em quatro das cinco provas aplicadas.
A lista oficial com os resultados de uma das áreas, oftalmologia, é um indício do problema. Os seis primeiros colocados alcançaram pontuação máxima em quatro provas, mas, em apenas uma, tiveram desempenho médio.
Desconfiados dos resultados, alguns dos participantes do concurso fizeram uma denúncia à Defensoria Pública da União, que começou a apurar o caso. O defensor teve acesso aos cartões-resposta, que mostram notas diferentes das divulgadas no resultado.
A Defensoria já descobriu que a maior parte dos candidatos que gabaritaram as provas é de uma mesma cidade: Barbacena, em Minas Gerais.
Em ofício enviado à Defensoria, o Ministério da Saúde diz que pediu esclarecimentos à empresa que aplicou e corrigiu as provas, a TR Assessoria Pública, e admite que houve uma falha técnica.
“Seja pela eventual fraude, com vazamento de respostas, seja pela falha técnica, nós entendemos que esse concurso perdeu a sua credibilidade. O princípio da confiança foi rompido, e estamos apurando ainda. A ideia é que, futuramente, a gente possa ajuizar uma Ação Civil Pública com a finalidade de anular este concurso”, diz o defensor público Daniel Macedo.
A TR Assessoria Pública, empresa responsável pelo concurso, informou que entregou toda a documentação sobre o caso para o Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde disse, em nota, que pediu ao Ministério Público e à Polícia Federal que investiguem o caso.
Fonte: Globo.com
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.