'Tive eles na hora certa', diz mãe de gêmeos aos 61 após receber alta
Pai dos gêmeos, que nasceram em Santos, foi buscar a mulher no hospital.
Segundo o médico, bebês devem receber alta no começo de dezembro.
A auxiliar administrativa Antônia Letícia Asti, que teve um casal de gêmeos aos 61 anos de idade, recebeu alta médica 15 dias depois das crianças nascerem no hospital São Lucas, em Santos, no litoral de São Paulo. A mãe dos bebes saiu do hospital na manhã desta quarta-feira (7) acompanhada do pai das crianças, José César Asti, de 55 anos.
Os bebês Sofia e Roberto ainda não puderam voltar para casa. Eles, que nasceram prematuros, continuam internados na UTI pediátrica do hospital. Mesmo sem os filhos nos braços, Antônia disse que está muito feliz com a situação. "Estou indo para casa, mas um pedaço de mim fica aqui. Dois pedaços, na verdade. Não vejo a hora de ver meus 'bambinos' em casa", disse.
Para ela, que é considerada um caso raro na medicina, já que teve os gêmeos aos 61 anos, as opiniões adversas sobre sua gravidez não incomodam. "As coisas boas a gente absorve. Uns são contra, outros são a favor. Em nenhum momento me senti incomodada. Tive eles na época certa. Tinha que ser nesse momento", comenta.
Segundo o ginecologista Orlando de Castro Neto, que fez todo o tratamento que possibilitou a gravidez, os bebês continuam recebendo alimentação semelhante a que eles recebiam na barriga da mãe. Há alguns dias, por meio de um tratamento, Antônia passou a produzir leite, que também foi adicionado na alimentação das crianças. Ainda de acordo com o médico, Sofia já está pesando cerca de 1.020kg, e Roberto 1.270kg. "Eles já passaram da fase de se adaptar as condições extra-uterinas", disse o médico, que acredita que as crianças possam ter alta no começo de dezembro.
Planos para o batizado
Depois de realizar o sonho de conseguir engravidar e ter os bebês, Antônia, que é católica, pretende pagar uma promessa feita há algum tempo. "Fiz uma promessa para batizar os meus bebês em Aparecida do Norte. Vou cumprir", conta.
Torcendo para que as crianças recebam alta o mais breve possível, Antônia e o marido já começaram a pensar em preparar o quarto das crianças. Mesmo sendo marceneiro, o pai dos bebês disse que não fará o berço deles. "Eu já vi alguns para vender. É mais barato comprar pronto do que fazer", explica o pai.
Com 12 sobrinhos, Antônia conta que já treinou bastante para ser mãe e sabe muito bem cuidar dos bebês. O sonho dela e de seu marido é poder cuidar de Sofia e Roberto e vê-los crescer com saúde. "Vamos ver, pelo menos, eles se formarem no colegial. Vamos estar firmes até lá", diz o pai. Já Antônia tem certeza de que isso vai acontecer. "Acho que vai dar para mim. Minha família dura muito", completa.
Caso
Antônia Letícia, de 61 anos, moradora de Santos, no litoral de São Paulo, deu à luz um casal de gêmeos na noite do dia 23 de outubro. Ela e o marido, de 55 anos, tentavam ter filhos havia mais de 20 anos, sem sucesso, mas após quatro tentativas de inseminação artificial, Antônia finalmente conseguiu engravidar. Sofia e Roberto nasceram às 22h30 na maternidade do Hospital São Lucas. Os bebês nasceram de cesárea pesando cerca de 900 gramas cada um. A mãe precisou ficar na UTI durante 24 horas para estabilizar a pressão e depois foi encaminhada para o quarto. O parto precisou ser adiantado por causa de uma hipertensão severa da mãe, e acabou acontecendo com apenas 31 semanas.
O ginecologista Orlando de Castro Neto explicou que conhece Antônia desde 1992, quando ela procurou ajuda para engravidar pela primeira vez. Nesses 20 anos, segundo ele, foram três tentativas de fertilização e uma tentativa de adoção frustradas. A quarta tentativa de fertilização só foi um sucesso por causa de uma intervenção do médico. "Criamos um endométrio favorável e fizemos uma inseminação com dois embriões. Graças a Deus, dessa vez deu certo. Se há 10 anos não tivemos sucesso em nenhuma das três tentativas, nessa, na primeira tentativa, deu certo. Por ser uma gestação gemelar de um menino e uma menina, foi super gratificante”, afirma Orlando. Segundo o médico, a idade não atrapalhou o processo. “A idade não pesou em nada. A única condição é ter útero. Hoje em dia, por meio de medicamentos, você consegue fazer o processo. Até o sexto mês ela não deu nenhum trabalho, tinha uma hipertensão leve que foi controlada, mas ela me deu muito menos trabalho do que grávidas bem mais jovens”, relata Neto.
Fonte: Globo.com
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.