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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Portugal: inquérito para apurar erro médico em cirurgia

Um doente que deu entrada no bloco operatório para ser intervencionado ao braço esquerdo acabou por ser operado ao direito

O Hospital Particular de Lisboa informou hoje, através de comunicado, que abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias que deram origem a um erro médico durante uma intervenção cirúrgica. Um doente que deu entrada no bloco operatório para ser intervencionado ao braço esquerdo acabou por ser operado ao direito.

O caso aconteceu a 12 deste mês. Fernando Castro, de 39 anos, deu entrada no hospital depois de lhe ter sido diagnosticada uma fibrocartilagem no triângulo do pulso esquerdo. No dia da operação uma enfermeira rapou-lhe o braço doente. Depois, já sob o efeito da anestesia, foi levado para a sala de operações.

Quando acordou, cerca de três horas mais tarde, sentiu que tinha sido ligado no braço são, o direito. Intrigado chamou uma enfermeira para que esta lhe dissesse qual o braço que tinha sido operado.

Dúvidas desfeitas quanto ao engano, foram à sua presença o operador e o chefe da equipa médica. O primeiro reconheceu o erro de imediato e até propôs que, no próprio dia, se fizesse a operação ao braço lesionado. Disse ainda que aproveitara a operação para tratar de uma lesão antiga, lesão essa que o doente desconhecia em absoluto. O segundo, segundo contou Fernando Castro, ainda terá insinuado que o paciente, anestesiado, poderia ter dado conta do engano.

O doente, que contraiu a lesão a combater um incêndio no local onde trabalha (é vigilante num banco da baixa lisboeta) recusou ser submetido a uma segunda intervenção. “Duas anestesias gerais no espaço de horas parece-me exagerado. Além disso, sendo novamente operado, ficaria com os dois braços incapacitados e dependente de alguém para me auxiliar em tudo”, explicou ao PÚBLICO.

O caso já foi entregue a um advogado. Hoje a participação ainda não havia chegado à Ordem dos Médicos onde abertura de um inquérito, segundo disse o seu assessor de imprensa, não depende desse procedimento, bastando, por exemplo, que o caso seja relatado na imprensa.

Na terça-feira o PÚBLICO tentou falar com o médico que realizou a operação, o qual mandou dizer que não pretendia prestar declarações.

Jornal: Público / Portugal