Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Aplicar hidrogel na perna, como Andressa Urach, está em desuso e traz risco

A injeção de substâncias, como o hidrogel, para aumentar o bumbum e as pernas é extremamente perigosa, pode causar deformações e provocar até a morte se não for feita de forma correta. O procedimento provocou uma infecção nos membros inferiores da modelo Andressa Urach, que está internada e inconsciente desde segunda-feira (1º) na UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre (RS). Segundo os médicos, Andressa está sedada porque está com muita dor. A miss bumbum passou por uma cirurgia de drenagem para conter a infecção e seu estado é considerado grave.

O hidrogel (composto por poliamida e soro fisiológico) costuma ser usado para diminuir pequenas rugas do rosto, celulites e cicatrizes num procedimento conhecido como preenchimento. Ele também pode ser usado para redesenhar partes assimétricas do corpo, como o bumbum, mas nestes casos deve ser usado em pequenas quantidades, ou seja, não é indicado para preencher as nádegas ou pernas com a intenção de aumentá-las.

Segundo o Ministério da Saúde e as sociedades médicas de cirurgiões plásticos e dermatologistas, a técnica deve ser feita exclusivamente por médicos especialistas, seja para fins estéticos ou não.

Entenda os riscos
Se mal aplicado, o hidrogel pode causar deformações e se espalhar por outras partes do organismo, aumentando o risco de infecções. Por isso, deve ser injetado com cânulas (espécie de tubo plástico) e sem agulhas para evitar que algum vaso sanguíneo seja perfurado, o que favoreceria uma trombose ou embolia pulmonar.

"O hidrogel é um preenchedor semipermanente, que pode ficar no corpo por até cinco anos aproximadamente. Não é indicado para aumentar as nádegas porque a região tem muitos vasos, e o produto pode entrar por eles e causar sérios problemas", explica a dermatologista Carolina Marçon, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

De acordo com a dermatologista, o hidrogel está em desuso no mercado desde a popularização do ácido hialurônico, também usado nos preenchimentos e considerado mais seguro.

"Usamos hoje em dia o ácido hialurônico, um derivado sintético de uma substância que já temos na pele e que dura no máximo uns 18 meses até ser absorvido pelo organismo", diz.

Como aumentar o bumbum com segurança?
Há outros procedimentos considerados mais confiáveis pelos cirurgiões plásticos para aumentar os glúteos. Um deles é a colocação de próteses de silicone ou o preenchimento com gordura retirada do próprio corpo.

João de Moraes Prado Neto, presidente nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que o silicone é altamente coesivo e se manterá impregnado nos tecidos da região caso se rompa. É o mesmo tipo de prótese usada nas mamas.

Já o uso da gordura, devidamente purificada após a retirada, funciona bem por ter fácil adesão ao corpo e pouca rejeição. "Se houver problemas com os implantes, eles podem ser retirados. Se o implante inflama, você trata com antibiótico e drena o líquido. O hidrogel se esparrama e impregna os tecidos, então não há como remover", afirma João de Moraes Prado Neto.

"O hidrogel não deve nunca ser usado em grandes superfícies. A sociedade não dá guarida para este tipo de procedimento", diz Prado Neto.

Fonte: UOL