Daniela Avighi realizou três procedimentos e foi liberada no mesmo dia.
Hospital disse que deu todas as condições necessárias para o médico.
Uma mulher teve infecção generalizada após passar por cirurgia estética e acabou morrendo em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Familiares da vítima acreditam que o médico possa ter sido responsável pelas complicações sofridas pela mulher após as operações. Até o momento, o médico responsável pelos procedimentos não se manifestou e não foi encontrado.
Daniela Desa Avighi, de 36 anos, realizou três procedimentos, entre os quais estavam lipoaspiração, peeling para tirar estrias e aumento nos seios com silicone. “Ela fez esses três procedimentos no mesmo e dia e no mesmo dia teve alta. A partir daí ela começou a ter problemas de dores, a pressão caia, mas parecia ser algo normal”, diz Cláudio de Sá Avighi, irmão da vítima.
Após a morte, o irmão de Daniela registrou um boletim de ocorrência no 1° Distrito Policial de Praia Grande, nesta segunda-feira (6). “Ela tinha pego uma infecção generalizada. Segundo o médico que a atendeu, pode ter sido em decorrência da raspagem que ela fez, que foi bem agressiva. Um dos médicos classificou a raspagem como queimaduras de segunda grau. Deram o nome de peeling glúteo, mas foi uma raspagem, que foi feita com bisturi e que retirou a pele”, afirma Cláudio.
Os procedimentos foram feitos por um cirurgião plástico no Hospital Canto do Forte em Praia Grande. Após alguns dias com dores, a vítima foi até um Pronto Socorro, que a encaminhou até um hospital de Santos devido à gravidade de seu estado de saúde. “Se uma paciente dele faleceu, talvez por conta da cirurgia que ela fez com ele, ele deveria no mínimo dar uma atenção para a família dela, esclarecer os fatos, me receber para a gente conseguir esclarecer tudo. Ele sumiu”, conclui.
A Direção do Hospital disse que deu todas as condições necessárias para que o médico realizasse esses procedimentos cirúrgicos e que a paciente saiu de lá em boas condições de saúde. Já a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica desconhece o procedimento utilizado na paciente, o que não retira a possibilidade do procedimento ser realizada por outros cirurgiões. A polícia vai investigar a morte de Daniela.
Fonte: G1/Santos e Região
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.