Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Paciente protesta na rua ao ter cirurgia cancelada em cima da hora

Homem já estava no centro cirúrgico quando operação foi desmarcada.
Com soro, aposentado protestou na porta de hospital de GO.


O aposentado Paulo Francisco, de 56 anos, realizou um protesto na porta do hospital Santa Casa de Misericórdia, em Goiânia, na quarta-feira (12). Após ter uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desmarcada pela terceira vez, o paciente saiu direto do centro cirúrgico para a porta da unidade. Ele estava com touca, protetor de pé e segurava um soro já com acesso à veia.

"Eu já estava pelado e o médico falou que não, que eu não podia fazer, não [a cirurgia], que eu procurasse o Ministério Público", afirmou.

Para fazer o procedimento, o aposentado percorreu 350 km de Nova Iguaçu de Goiás até a capital. Ele disse que passou mais de 24 horas sem comer, sentindo fraqueza e dores de cólica renal. Indignado, Paulo contou que nenhum funcionário do hospital lhe ofereceu auxílio.

"Não, só veio [alguém] para me calar a boca, porque eles acham que o escândalo foi muito grande", lamentou.

No receituário, o urologista que faria a cirurgia apontou que o aposentado tem obstrução renal por cálculo, o que compromete o funcionamento dos rins. Inicialmente, o médico disse que havia recebido a informação da diretoria da Santa Casa de que o aparelho necessário para a cirurgia já havia sido comprado e estava liberado para uso.

Mas, no momento da operação, o profissional foi informado pela enfermeira-chefe do centro cirúrgico que o aparelho não poderia ser utilizado. No documento, o urologista finalizou: "Portanto, estou impossibilitado de resolver a doença desse paciente, que se trata de uma urgência".

Segundo a direção do hospital, o aparelho necessita passar por uma esterilização antes de ser usado. "O problema é que foi marcada uma cirurgia para ser feita, uma ureterostomia, e no momento da cirurgia foi solicitado o equipamento para realizá-la. Esse aparelho realmente chegou à Santa Casa, mas ele ainda não está preparado para ser utilizado, não passou por desinfecção e não foi liberado ainda", afirmou a superintendente técnica da Santa Casa, Irani Ribeiro.

Revolta
Várias pessoas que estavam no hospital se solidarizaram com o drama do aposentado. Indignadas, elas também cobravam soluções para Paulo.

"É um descaso. Esse homem estava em uma mesa de cirurgia e depois simplesmente dizem: 'Não, não foi autorizado, vá ao Ministério Público'. Então a situação dele não conta? Então o que conta? O que significa o ser humano? O que significa a saúde?", questionou uma das pessoas que acompanharam o protesto do paciente.

"[Ele] É ser humano igual a nós e eu tenho certeza de que ele já trabalhou, já pagou todos os impostos que tinha de pagar na vida, para ter esse direito que ele está precisando agora, e não tem ninguém para apoiá-lo", disse uma lojista, revoltada.

Sensibilizada, ela chegou a acionar o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). O objetivo era que a ambulância pudesse levar Paulo até a sede do Ministério Público de Goiás, onde cobraria seu direito de fazer a cirurgia. Porém, os socorristas afirmaram que não poderiam fazer o transporte do homem. Apenas no fim da tarde de quarta-feira, ele foi convencido a retornar para o interior do hospital.

A superintendente técnica do hospital afirmou que a cirurgia foi remarcada para esta quinta-feira (13). Como o equipamento ainda não poderá ser usado, o procedimento será feito de forma tradicional e mais invasiva para o paciente.

Fonte: Globo.com