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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Uma morte a cada duas horas

*Por Claudio Miyake

As estatísticas são preocupantes e precisam de atenção e mudança. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que 5,6 mil brasileiros morreram de câncer de boca apenas em 2014. Isso quer dizer que todos os dias, em média, mais de 15 pessoas vão a óbito em razão de quadros avançados de câncer bucal. Ou ainda: a cada duas horas perde-se uma vida para a doença.

O INCA prevê que ao final de 2016 terão sido registrados cerca de 15.500 novos casos de brasileiros com câncer de boca. Infelizmente, boa parte dessas pessoas terá descoberto a patologia em estágio avançado, quando o tratamento é mais difícil e as chances de cura são menores. Mas esse quadro poderia ser muito diferente.

O câncer de boca pode ser identificado inicialmente pelo próprio paciente por meio do autoexame. Ou seja, não são necessários atendimentos especializados ou mesmo uso de equipamentos complexos para detecção de parte dos casos suspeitos. O espelho de casa, instrumento simples e de fácil acesso a todos, é o principal aliado nessa causa!

Os cidadãos devem ficar atentos a feridas ou lesões com mais de duas semanas. Sangramentos, caroços, mudanças na coloração ou dor na cavidade bucal também são sinais de alerta.

A visita regular ao cirurgião-dentista também é fundamental e não pode ser substituída pelo autoexame. Há casos de detecção mais difícil, em que apenas o profissional especializado conseguirá fazer o diagnóstico precoce. Também é ele quem fará o encaminhamento de casos suspeitos para o eventual tratamento.

As maiores vítimas do câncer de boca são homens que fazem uso severo de álcool ou fumo. Também começa a ficar mais frequente a manifestação da doença em jovens portadores do vírus HPV.

Neste mês, o país comemora a primeira Semana Nacional de Prevenção ao Câncer de Boca, prevista pela lei federal nº 13.320 de 2015. Várias entidades, nas mais diferentes localidades, promoveram atividades de conscientização da população em razão da nova lei.

É louvável a iniciativa da Associação Brasileira dos Cirurgiões-Dentistas (ABCD), que há três anos consecutivos realiza a Campanha Sorria para a Vida. Até outubro último, foram realizadas 50 ações com atendimento a 13 mil pacientes. Tal esforço deve ser reconhecido e utilizado como exemplo.

Conscientização é o primeiro passo. O inconcebível é que um cidadão brasileiro morra por falta de informação.

Claudio Miyake é presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)


Fonte: O Diário de Mogi