Foram cinco mortes registradas em janeiro e quatro em fevereiro.
A Vigilância Sanitária de Indaiatuba, em São Paulo, investiga as causas de nove mortes de pacientes que realizavam tratamento de hemodiálise em uma clínica particular da cidade. Foram cinco mortes registradas em janeiro e quatro em fevereiro.
O Instituto Thompson atende, no total, 197 pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Cada um faz, em média, três procedimentos do tipo por semana.
De acordo com o diretor da Vigilância Sanitária Ricardo José Gonçalves Silva, os equipamentos da clínica são certificados e não houve, até o momento, nenhuma irregularidade constatada. ``Por enquanto, não existem motivos para a interdição do local, mas vamos investigar com atenção``, disse.
Ele informou ainda que o órgão iniciou um processo de levantamento das certidões de óbito para determinar as causas das mortes e verificar se houve alguma situação incomum. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde , o instituto passava por fiscalizações ao menos três vezes ao ano, sendo a última realizada em 29 de janeiro. De acordo com a administração municipal, em nenhuma delas qualquer tipo de problema foi constatado.
O médico Carlos Machado, responsável pelo Instituto Thompson, afirmou que o local segue as normas para realização dos procedimentos de hemodiálise e que todos os equipamentos utilizados possuem certificação. ``A unidade atua há 19 anos na cidade com aparelhos de última geração e nunca passou por um surto de infecção``, disse.
Doença renal
Segundo ele, a maioria dos pacientes chegou até lá com quadro debilitado de saúde, o que explica as mortes. Segundo dados do insituto, sete pessoas que morreram tinham entre 56 e 82 anos. ``A maioria dos pacientes que morreu era idosa ou tinha sérios problemas de saúde, como infecção por HIV e cirrose``, explicou.
Ainda segundo Machado, outra explicação para as mortes seria o calor intenso típico desta época do ano. Muitos pacientes deixam de se hidratar adequadamente, o que faz com que as artérias se retraiam e, com isso, amplie-se o risco de acidentes cardíacos e derrames.
Na outra ponta, se a hidratação for feita em excesso, a pessoa também corre riscos. ``O paciente que faz hemodiálise tem que se cuidar, não pode tomar a mesma quantidade de água, comer as mesmas coisas que as outras pessoas. Quem exagera tem complicações muito sérias e isso também pode ter colaborado``, disse Machado.
A Secretaria Estadual de Saúde informou estar ciente do caso, mas que a responsabilidade pela apuração pertence ao município. ``A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que cabe à Vigilância Sanitária Municipal fazer a investigação dos fatos ocorridos na clinica de hemodiálise em Indaiatuba. Os grupos de Vigilância Sanitária e de Vigilância Epidemiológica de Campinas já tomaram conhecimento da situação e vão auxiliar os trabalhos de investigação dos fatos. Uma inspeção conjunta deve acontecer nos próximos dias``, informou a assessoria da instituição, em nota.
Fonte: Eduardo Schiavoni, do UOL, em Americana (SP)
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.