Delegado afirma que existem evidências para o médico ser indiciado.
Ele responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas.
O médico Carlos Jorge Cury Mansilla, que responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas, prestou depoimento no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), nesta quarta-feira (27). Pacientes dizem ter sido mutiladas durante cirurgias plásticas e denunciam até casos de óbito.
Uma das vítimas, a empresária Andrea Bernardino, iniciou uma campanha em uma rede social, onde conseguiu localizar outras vítimas do médico. "Foi através da minha campanha que todas essas vítimas apareceram. Nem todas entraram com processo contra ele, mas no total já detectei pelo menos 32 mulheres mutiladas. Quinze delas já entraram [com processo], três reclamaram de óbitos, e nós estamos reivindicando pela justiça", disse.
O advogado do médico, Cristian Naranjo, alegou que o corpo dessas mulheres reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico. "O simples fato de, de repente, uma cirurgia ficar com uma cicatriz que não ficou bem, não implica em dizer que a cirurgia não foi aplicada de forma correta. Cada corpo reage de uma forma diferente a uma cirurgia, e é isso que ele vai esclarecer", afirmou.
De acordo com o delegado do 1º DIP, Mariolino Brito, existem evidências suficientes para que o médico seja indicado por lesão corporal gravíssima. Ele chegou a solicitar a prisão preventiva do médico. O pedido foi concedido pela Justiça, mas Carlos Cury conseguiu um documento de salvo-conduto, que impediu a detenção.
O depoimento recolhido nesta quarta será passado para um juiz, que decidirá se o médico responderá as acusações em liberdade. O suspeito saiu andando da delegacia. No momento em que deixou o local, as supostas vítimas que aguardavam em frente ao distrito de polícia protestaram contra o médico.
Das 15 denúncias realizadas oficialmente contra o médico, Carlos Cury foi indiciado em seis por lesão corporal gravíssima. Ele ainda pode ser indiciado nas outras nove, dependendo de resultado de laudo do Instituto Médico Legal (IML), que ainda não foram entregues à polícia.
Fonte: Globo.com
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.