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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Revisão de prontuários como ferramenta para identificar eventos adversos: a experiência irlandesa

A saúde irlandesa passou recentemente por uma extensa mudança com cortes de gastos, aprimorando o foco em iniciativas de qualidade. No entanto, pouco se sabe, ainda, sobre a ocorrência de eventos adversos.

Especialistas buscaram abordar como a revisão retrospectiva de prontuários poderia, ou não, auxiliar na identificação de eventos adversos relacionados à assistência ao paciente – ainda não reportados aos canais usuais de notificação do país. O estudo, publicado no British Medical Journal, avaliou 1574 pacientes, sendo 53% mulheres, com idade média de 54 anos, selecionados aleatoriamente em admissões de internação adulta. Uma amostra de oito hospitais, estratificada por região e tamanho, em toda a República da Irlanda, foi analisada em duas fases: avaliações dos prontuários baseados em anotações de enfermagem, seguidas de avaliação dos registros médicos através de revisão retrospectiva (com análise de dados eletrônicos).

O impacto sobre a taxa de eventos adversos internacionais também foi examinada. A prevalência de eventos adversos em internações foi de 12,2%, com uma incidência de 10,3 acontecimentos por 100 admissões. Mais de 70% dos eventos foram considerados evitáveis. Dois terços foram classificados como tendo um impacto ligeiro a moderado sobre o paciente, 9,9% causaram danos permanentes e 6,7%, contribuiram para a morte. Uma média de 6,1 dias de diária adicional foi atribuída aos eventos, o que representa um gasto de € 5550 por evento.

Este primeiro estudo de eventos adversos na Irlanda relata taxas semelhantes em relação a outros países. Em uma época de crise, eventos adversos em pacientes adultos internados foram estimados num custo de mais de € 194 milhões. Estes resultados fornecem dados de referência importantes sobre o impacto de um evento adverso. Os autores descobriram, também, uma discrepância significativa entre a taxa de eventos adversos e o que vem sendo relatado pelo sistema de notificação nacional. Portanto, devem ser feitos esforços para incentivar uma “cultura de notificação”. O estudo ainda conclui que especialistas em paciente de segurança devem se questionar por que, depois de 30 anos , tem havido tão pouca evidência de melhorias gerais no âmbito da segurança do paciente.

A revisão de prontuários pode proporcionar um incentivo e servir como uma ferramenta para monitorar iniciativas futuras aplicadas à segurança do paciente.

Fonte: IBES - Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde