Pais retiraram criança do hospital de Southampton, no sul da Inglaterra, no qual estava internado, contra a opinião dos médicos
Um juiz espanhol prolongou nesta segunda-feira (1º) por 72 horas a detenção dos pais de Ashya King, o menino britânico de 5 anos que tem um tumor cerebral e foi retirado do hospital sem autorização, e pediu um relatório médico urgente sobre o estado da criança.
O juiz da Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, Ismael Moreno, questionou os pais Brett King, de 51 anos, e Naghemeh King, de 45 anos, detidos no sábado pela polícia no sul da Espanha e que se negaram a ser extraditados para o Reino Unidos, segundo uma fonte judicial.
Foi uma funcionária do Hostal Esperanza da cidade de Benajarafe, a menos de 30 km de Málaga, no sul da Espanha, que avisou à polícia que a família foragida se encontrava na localidade.
As autoridades do Reino Unido, da França e da Espanha procuravam há dois dias Ashya, retirado por seus pais na quinta-feira (28) do hospital de Southampton, no sul da Inglaterra, no qual estava internado, contra a opinião dos médicos.
Para as autoridades britânicas, era vital encontrar o menino, que se desloca em cadeira de rodas e não pode se comunicar.
A vida de Ashya, operado pela última vez há sete dias, depende de uma sonda nasogástrica que permite que ele se alimente. As autoridades temiam que a bateria do aparelho acabasse no sábado.
``Como podem ver, não tem nenhum problema, está muito feliz desde que o tiramos do hospital``, afirmou o pai, Brett King, de 51 anos, em um vídeo publicado no sábado no YouTube por um dos irmãos de Ashya.
Nas imagens é possível ver o menino, com a sonda, nos braços do pai, que afirma tê-lo tirado do hospital para buscar um tratamento que o serviço público de saúde britânico NHS não oferece no momento.
``Sorri muito, interage conosco e queria dizer a razão pela qual o tiramos do hospital``, declarou Brett King no vídeo.
Ele explicou que buscavam no exterior um tratamento de radioterapia que utiliza prótons e que o serviço público britânico NHS não oferece, segundo ele.
``Estamos profundamente comovidos ao descobrir hoje que seu rosto está por toda parte na internet e nos jornais e que fomos qualificados de sequestradores, suspeitos de colocar sua vida em risco e de negligência``, declarou.
``Fala-se muito deste aparelho e, como você pode ver, está conectado``, acrescentou mostrando a sonda.
A Interpol havia divulgado na sexta-feira (29) um alerta mundial aos seus 190 países membros.
Fonte: UOL / AFP
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.