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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Mãe acusa médico de esquecer compressa dentro do corpo da filha após cirurgia em Taubaté (SP)

A assistente social Meire Regina Oliveira, 46, moradora da cidade de Itajubá (448 km de Belo Horizonte), acusa médico de ter esquecido uma compressa cirúrgica dentro do corpo da filha Ana Carolline dos Santos Oliveira, 18, durante cirurgia no quadril da garota, que caiu da garupa de uma motocicleta, no dia 12 de fevereiro deste ano, na cidade mineira.

Segundo ela, a filha teria ficado com o material dentro do corpo por mais de um mês. A cirurgia foi realizada no dia 17 de fevereiro no Hospital Universitário de Taubaté (149 km de São Paulo), após a jovem ter ficado quatro dias internada em hospital da cidade mineira, contou a mulher.

Conforme ela, a jovem precisou ser transferida para a unidade médica paulista por conta de não haver recurso médico para o caso da filha em Itajubá. De acordo com a assistente social, a filha teve alta no dia 9 de março e retornou para Minas Gerais. Ainda segundo ela, ao retornar para casa, a jovem começou a reclamar de dores intensas no local.

“Ela sentia muita dor e reclamava de uma sensação de ter tomado choques na perna, que ficava tremendo. Ela tomava banho chorando e gritando muito”, relembrou. Ela e a filha retornaram ao hospital, no dia 22, por conta de consulta de rotina, para avaliação da cirurgia, e relataram o quadro da jovem para o médico. Segundo ela, o especialista limitou-se a prescrever medicação contra dor no nervo ciático.

“Ele nem sequer retirou o curativo da cirurgia. Se ele tivesse feito isso, iria ver que o local estava muito inflamado, não cicatrizava e estava com uma secreção grossa e escura”, disse. Conforme a mãe, a desconfiança de que havia uma compressa no corpo da filha foi manifestada por uma irmã dela, que era a responsável pela limpeza do local e troca do curativo.

Parentes a levaram a um hospital particular da cidade mineira, no dia 25 deste mês, onde o material foi retirado, de acordo com relato da mulher. “O médico começou a puxar o material com uma pinça. Eu fiquei horrorizada porque achei que seria uma pequena gaze esquecida dentro do corte da cirurgia, mas ele retirou uma compressa de 30 centímetros.”

A assistente social disse que lacrou o material em um saco plástico e o encaminhou à Delegacia de Polícia Civil da cidade. “Eu estou muito preocupada com possíveis sequelas na minha filha, porque ela precisa de acompanhamento médico, e eu não tenho mais coragem de voltar lá em Taubaté. Eu peço a quem conhecer um especialista que me indique esse profissional, por favor.” Ela afirmou que pretende processar o hospital e o médico Nelson Franco Filho, chefe do setor de ortopedia do Hospital Universitário de Taubaté.

Sindicância

A diretora técnica do hospital, Maria Auxiliadora Prolongati disse que uma sindicância foi instaurada para apurar o caso. No entanto, ela afirmou ter estranhado a denúncia. “Eu olhei o prontuário dessa paciente e conversei com o chefe da equipe. Tecnicamente, é difícil que numa cirurgia superficial tenham esquecido uma compressa”, afirmou.

Segundo a médica, foram feitas duas incisões (corte) na paciente. Uma na região pubiana, e a outra, na qual teria sido deixado o material, na região posterior do corpo dela (próximo aos glúteos).

“A gente não está negando que possa ter acontecido isso. Alegam que foi na parte de trás que foi esquecida a compressa. Mas foi uma cirurgia de superfície. Não foi uma cirurgia que entra em cavidade”, disse a diretora. De acordo com ela, a sindicância tem prazo de 30 dias. O caso será acompanhado ainda pelo comitê de ética do hospital.

“Vão ser ouvidos os médicos envolvidos e pessoas que acompanharam o caso. Em razão de qualquer dúvida, o caso é encaminhado ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para avaliação”, informou a diretora.

Fonte: UOL