Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Governo de SP agenda para 2014 cirurgia de criança de 2 anos que quase não respira

A menina Maria Vitória de Almeida Sousa, 2, moradora da cidade de Braúna (a 630 km de São Paulo), que tem apenas 10% da capacidade de respiração, conseguiu marcar cirurgia, por meio da Central da Vagas da Secretaria do Estado da Saúde, apenas para junho de 2014.

A garota sofre de adenoide e hipertrofia das amígdalas: a primeira doença é caracterizada pelo aumento do tamanho das tonsilas faríngeas, o que obstrui a passagem de ar e reduz a capacidade de respiração pelo nariz. A segunda, dificulta a passagem de ar pela boca. Os dois problemas reduzem a capacidade de respiração da garota e fazem com que ela necessite de cuidados especiais 24 horas por dia.

A busca pelo tratamento começou quando Maria Vitória tinha apenas quatro meses. A única coisa que a garota conseguiu até agora foi a marcar a cirurgia para 2014, a ser realizada no Hospital das Clínicas, na capital paulista. Por meios particulares, a cirurgia custa, em média, R$ 7.000, mas a família não tem condições de arcar com a despesa.

A gravidade do quadro é comprovada por vários laudos médicos, que a mãe da criança, a doméstica Rosana Aparecida de Almeida, coleciona. O Ministério Público (MP) de Penápolis instaurou inquérito civil para adoção de providências.

Saga

Segundo Rosana, Maria Vitória já passou por tratamentos em Braúna, Penápolis, Araçatuba e São José do Rio Preto, sempre pela rede pública, até ser encaminhada para a cirurgia no Hospital das Clínicas. Isso porque o procedimento, antes dos cinco anos, só poderia ser realizado naquela unidade.

O encaminhamento foi pleiteado e conseguido por meio da Central de Vagas da Secretaria do Estado da Saúde. No mês passado, ela foi com a filha ao Hospital das Clínicas para os exames pré-operatórios e recebeu, no início deste mês, a ligação informando que a cirurgia teria sido agendada para junho de 2014.

Rotina

A menina consome remédios diários para evitar gripes e resfriados, pois qualquer infecção se transforma em pneumonia, motivo pelo qual já esteve internada por três vezes. Ela tem dificuldade na fala, com voz fanha e acompanhada de rouquidão, tosse e secreções. Realiza em média três inalações por dia, geralmente próximas às refeições para evitar vômito --o problema a impede comer e respirar ao mesmo tempo. O uso de bombinha de asma também é frequente.

Outro problema desenvolvido pela criança por conta da adenoide e da hipertrofia das amígdalas é a apneia do sono. Maria Vitória para de respirar enquanto dorme, e precisa ser acordada pela mãe. Por conta disso, a frequência da menina na creche da cidade está ficando comprometida, já que é preciso atenção o tempo todo.

Rosana trabalha como doméstica em uma casa na cidade de Birigui, cidade vizinha a Braúna, e precisa sustentar sozinha os dois filhos após a separação do marido. Em média, o gasto mensal com medicamentos é de R$ 200. No caso de gripe ou doença parecida, o valor salta para R$ 500.

Procurado pela reportagem, o Hospital das Clínicas disse que a situação está sendo avaliada, e estuda a possibilidade de adiantar a cirurgia.

Fonte: UOL