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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Portugal: Erro médico provoca queimaduras graves em duas crianças

Exames mostraram que pacientes receberam ácido em vez de um sedativo

Duas crianças sofreram queimaduras no intestino devido a uma troca de medicamentos no Hospital Garcia de Orta, em Almada. A propósito de exames aos ouvidos foi-lhes administrado ácido em vez de um sedativo. Já foi aberto um inquérito interno ao ``acidente``.

“A doutora, em vez de administrar um medicamento para o adormecer e acalmar para fazer o exame, introduziu ácido”, contou à Lusa João Henriques, pai de um menino de 18 meses, que anteontem se deslocou ao serviço de otorrinolaringologia para realizar uma análise aos ouvidos.

“O meu filho gritou logo, mas só duas horas depois é que foram ver qual era o problema. Tem 14 centímetros do intestino queimado e vamos ver se não vai ficar com danos irreversíveis. Está internado e as próximas 48 horas vão ser cruciais”, adiantou o progenitor, frisando que a médica reconheceu o erro. “Diz que os frascos são iguais, do sedativo e do ácido, e não pode ser. Tem que haver uma diferenciação”, alerta.

A troca de medicamentos afectou uma outra criança de três anos. “O meu filho foi o primeiro e talvez por ser uma criança diferente não mostrou uma reacção tão pronta”, disse à Lusa Samuel Lima, que só se apercebeu do erro quando foi informado pela médica que efectuou o exame. “De certeza que está em sofrimento, porque os exames que fizeram mostraram que tinha os intestinos queimados e também queimaduras na traqueia e no esófago, embora aqui mais leves e de menor preocupação”, precisou.

Hospital reconhece erro

O Conselho de Administração do Hospital reconhece que “ocorreu um acidente com um medicamento habitualmente usado em circunstâncias diferentes”. A troca foi detectada imediatamente, tendo sido depois reportada seguindo as normas de gestão de risco hospitalar.

O hospital garante, no comunicado enviado ao Jornal de Notícias, que foram tomadas “as medidas habituais nestas circunstâncias, nomeadamente a abertura de um inquérito interno aos acontecimentos”. A unidade acrescenta que os dois menores estão actualmente em observação no serviço de pediatria e o seu estado clínico é “estável”.

Ministra lamenta

A ministra da Saúde lamentou o erro médico da troca de medicamentos no Hospital Garcia da Orta, em Almada, que provocou queimaduras graves em duas crianças.

``O que aconteceu no Garcia da Orta com duas crianças é lamentável, por ter havido troca da medicação, e espero que as crianças não fiquem com lesões graves``, afirmou à agência Lusa Ana Jorge.

A ministra adiantou que a tutela não vai tomar medidas, justificando que ``é ao hospital que compete analisar a situação, com o levantamento de um processo de averiguação interno``, cujas conclusões vai ficar a aguardar.

Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)