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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Falta de tempo e pouca participação dificultam relação médico/doentes

A falta de tempo e a pouca participação dos doentes nos seus processos clínicos são as principais dificuldades na relação entre os utentes e os profissionais de saúde. Comunicação clínica e relação de ajuda, de Carlos Sequeira, coordenador da Escola Superior de Enfermagem do Porto, é o livro que sublinha como é importante preservar "o lado humano da relação (profissional de saúde-utente)".

Isso nem sempre é fácil e Carlos Sequeira refere que a falta de tempo e a pouca participação dos doentes na discussão dos seus processos clínicos são os principais obstáculos a esta comunicação. "É preciso sensibilizar os profissionais para a importância da comunicação", disse o docente, reconhecendo que "o tempo não chega para tudo".

"Quando um médico tem cinco minutos para uma consulta, só um diagnóstico adequado leva mais que isso e a comunicação acaba por ficar prejudicada", adiantou.

O autor admite que há uns temas e notícias que são mais difíceis de dar, mas recordou que para as mesmas existem normas, inclusive internacionais, como, por exemplo, para comunicar a alguém que tem cancro. "Há muitas coisas simples que se podem fazer e que são importantes do ponto de vista clínico e sem custos, como tratar o doente pelo seu nome", disse.

Por outro lado, os profissionais de saúde nem sempre se identificam devidamente, explicando ao doente o que são e qual a sua função.

Do lado dos profissionais, o autor identifica uma certa "postura altiva" que leva a que estes prestem pouca informação ao doente, mas identifica algumas causas possíveis para esta atitude, como evitarem um envolvimento maior com o doente e as suas famílias. "As pessoas hoje reivindicam mais a informação. Dantes, em Portugal, eram poucos os doentes que queriam saber do seu processo clínico", acrescentou, recordando que "a informação é do doente".

No livro podem ler-se formas de procedimento que o profissional deve ter, como no início da consulta "receber o paciente à porta, cumprimentar o doente, saber qual o nome pelo qual o paciente quer ser chamado, apresentar-se (nome e profissão), garantir que o doente está confortável".

Introduzir um tema neutro para facilitar a interacção e reduzir a ansiedade, analisar as preocupações do doente, identificar os principais motivos da consulta ou as principais queixas, explicar os objectivos e o procedimento da consulta e obter o consentimento para se realizar a consulta são algumas das ideias escritas nesta obra e que se recomendam ao profissional de saúde para o início de uma consulta.

Fonte: PUBLICO.pt