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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Apenas 14% das empresas brasileiras possuem programas de gestão em saúde

Gastos crescentes em saúde continuam preocupando as organizações em todo o mundo.A Aon – consultoria e corretora de seguros – realizou uma pesquisa em 90 países, abrangendo mais de 4000 empresas com o objetivo de mostrar o panorama do setor em escala global. O resultado revela que o desembolso com planos médicos cresce a uma taxa bem mais elevada que a inflação geral. Para se ter uma ideia, o índice de inflação médica no Brasil este ano é de 16,7%, enquanto que a geral ficou em 7,3%, uma diferença de 8,4%, a maior já registrada.

Mesmo com esse índice, o levantamento aponta que apenas 14% das empresas brasileiras pesquisadas proporcionam aos seus funcionários algum tipo de programa de promoção de saúde. Este percentual é ainda menor quando consideramos programas que estão conectados a uma estratégia da organização e de forma contínua. Muitas ações são realizadas de forma isolada e pontual e não garantem a longevidade do benefício.

Segundo Humberto Torloni Filho, vice-presidente de benefícios globais da Aon para a América Latina, esse índice é muito tímido quando comparado aos Estados Unidos, que é de mais de 40%. “Ainda há muito a se fazer quando se trata de inserir este hábito dentro das corporações brasileiras. É preciso reforçar que esses programas trazem resultados em médio e longo prazo e começam a ser aferidos após 18 meses”, ressalta.

Para ele, as empresas precisam engajar todos os setores e não apenas o de recursos humanos, pois só assim é possível atingir êxito. “É fundamental, também, envolver e conscientizar os colaboradores sobre o uso do plano de saúde. Além de estimular as seguradoras a trabalharem mais próximas. Atualmente, diversas operadoras já começam a tomar atitudes mais proativas, mas ainda há muito o que se desenvolver no mercado”, comenta.

O executivo esclarece que os programas de promoção em saúde, usualmente, abrangem campanhas de vacinação, check up, estímulo a atividades físicas e até orientação alimentar. “São as melhores formas para promover a diminuição dos custos de saúde de forma sustentável. Todos os ‘atores’ do sistema de saúde, desde o empregador, colaboradores, operadoras, profissionais da saúde e até ANS – Agência Nacional de Saúde – devem estar envolvidos e engajados em busca da sustentabilidade do setor”, avalia.

Torloni aponta o papel importante do colaborador por meio do autocuidado, ou seja, a promoção de sua saúde, especialmente neste momento de crise que traz ameaças para o bem-estar das pessoas. “O caminho é promover o engajamento dos colaboradores na mudança de comportamento. Outros aspectos importantes, neste caminho, são o engajamento da liderança, coleta de dados consistente, parceiros internos e externos e uma comunicação efetiva”, afirma.

O estudo realizado pela Aon destaca também que os principais fatores responsáveis pelo incremento geral dos custos dos planos de saúde no Brasil são todos os gastos que envolvem hospitais, honorários médicos e laboratórios, sendo que, os hospitais representam 45% dos gastos de um plano de saúde. Humberto Torloni Filho explica que a carência de leitos é um dos fatores que inflaciona os custos, já que os hospitais, frequentemente, estão com a demanda maior do que a oferta. “Conseguir manter a inflação médica alinhada com a inflação geral é, hoje, o grande desafio do mercado, não só no Brasil, como no mundo”, acrescenta.

O vice-presidente de benefícios globais da Aon para a América Latina observa que o aumento da inflação médica no Brasil e no mundo fez com que a contratação dos planos de saúde passasse a ser uma questão estratégica das empresas. “No caso das multinacionais, decisões que eram tomadas em nível local, agora, dependem de aprovação regional, quando não da matriz da empresa. Atualmente, a contratação dos planos de saúde é feita pelo diretor financeiro ou, até mesmo, pelo comitê executivo e não mais somente pelo RH das empresas”, revela.

Fonte: SaúdeJur