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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Grávida espera há 6 dias em hospital do RJ retirada de feto morto do útero

Jéssica Lima da Rocha, 23 anos, estava grávida de cinco meses.
Segundo ela, médicos estão adiando cesariana e dando remédio abortivo.


Uma jovem de 23 anos, grávida de cinco meses, espera há seis dias a retirada do feto que está morto em seu útero em um hospital do Estado do Rio. Jéssica Lima da Rocha descobriu que o bebê já não tinha mais vida após passar mal no último sábado (24) e, desde estão, está internada no Hospital da Mulher, na Baixada Fluminense. Segundo ela, os médicos alegam que não é possível realizar um procedimento de cesariana.

“Eu estou aqui desde sábado, 11h, e o bebê continua dentro de mim. Nada acontece. Estão me colocando miso [remédio que provoca fortes contrações uterinas e é usado como abortivo] de seis em seis horas, mas eu não sinto nada e não sei mais o que fazer. Agora, me colocaram sonda e nada acontece. Não aguento mais”, disse Jéssica.

Na última sexta-feira (23), a jovem realizou uma ultrassonografia ao desconfiar que a sua barriga tinha diminuído de tamanho. De acordo com Jéssica, o exame mostrou que o útero estava com pouco líquido amniótico, mas o bebê estava bem e com os batimentos cardíacos normais.

"A minha barriga estava muito grande e eu estranhei que tinha diminuído de repente. Eu tinha o pré-natal marcado para o dia 10 de novembro, mas fui fazer uma ultrassonografia porque estava preocupada. O médico que fez a ultrassonografia disse que estava tudo bem, mas falou para eu ir na médica para ela me passar um remédico para isso. Quando eu fui na médica [no sábado], ela perguntou o motivo de eu não tinha ido logo e eu falei que tinha o pré-natal marcado pro dia 10. Ela disse que estava tudo bem, mas que o colo do útero estava muito fechado e pediu uma outra ultrassonografia para tirar a dúvida. Aí eu fiz o exame e o médico falou que a bolsa tinha tompido e que o bebê estava morto".

Depois de diagnosticarem a morte do feto, Jéssica ainda esperou algumas horas para ser internada. Na manhã desta sexta-feira (30), ela seguia internada e esperava a curetagem.

"Eles me colocaram no soro, me colocaram esse miso também, mas não adiantou, não dilatou o meu útero. Aqui está muito lotado. Cada leito é para ter uma pessoa, mas tem duas. Tem gente no corredor, está muito cheio. Eu não sei eles estão optando por fazer cesárea em último caso, mas o miso e essa sonda que estão colocando em mim não está adiantando nada. Eu só estou sangrando muito e eles falam que é normal sangrar. Eu perguntei sobre fazer cesárea e eles disseram que essa sonda pode ficar até amanhã e aí eles vão ver o que vão fazer", relatou Jéssica.

Ao G1, Jéssica disse que está sendo medicada, com o remédio que provoca contrações no útero, de seis em seis horas desde domingo (25) de manhã. Além da preocupação sobre quando será feita a curetagem do feto, Jéssica também é mãe de uma menina de um ano e nove meses que está sendo cuidada pela a avó. "Eu tenho uma filha de um ano e nove meses. Eu não sei o que vai acontecer comigo", disse a jovem.

Márcia Regina, mãe da jovem, disse que está desesperada e que acha um absurdo a situação que a filha está passando no hospital. "Ontem eu perguntei o que eles iam fazer com a minha filha e eles disseram que tinham feito esse novo procedimento [sonda]. Eu perguntei se isso não podia causar uma infecção e a médica disse 'claro'. Dizem que aquele hospital é referência, mas não é nada. Como pode uma doutora falar isso para uma mãe? Eu não estou entendendo nada. Não sei mais o que fazer", lamentou Márcia.

O G1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para mais esclarecimentos do hospital, mas, até a publicação desta reportagem, não houve retorno.

Fonte: G1/Rio de Janeiro