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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Rapaz fica tetraplégico após cirurgia e família pede ajuda em Anápolis, GO

Jovem fez operação contra suor há 10 anos e meio; hospital foi processado.
Justiça descartou erro médico, pois paciente teria omitido usar emagrecedor.


O jovem Rogério Borges Teodoro, de 31 anos, ficou tetraplégico após passar por uma cirurgia para controlar a produção excessiva de suor, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, e agora os pais pedem ajuda para cuidar do rapaz. O procedimento foi feito em outubro de 2003, quando Rogério tinha 21 anos, e deixou sequelas. Na época, a família chegou a processar o hospital responsável pela operação, mas o caso foi arquivado, pois ficou comprovado que o paciente não informou os médicos sobre o uso de remédios para emagrecer, e isso teria provocado as complicações.

Rogério foi diagnosticado com "hiperidrose", doença caracterizada pelo suor excessivo em determinadas partes do corpo, como mãos, axilas e rosto. Ele cursava direito, quando decidiu fazer a cirurgia. O procedimento foi realizado por meio de um pequeno corte embaixo das axilas, mas o rapaz teve uma parada cardiorrespiratória e falta de oxigênio no cérebro.

Com isso, Rogério entrou em coma. "Ele fez a cirurgia de madrugada e voltou para o quarto. À tarde, apresentou dificuldades para respirar e colocaram um balão de oxigênio [nele]. À noite, me ligaram dizendo que ele tinha apresentado um coágulo no pulmão e que precisaria de outra cirurgia. Depois do procedimento, ficou na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e entrou em coma", lembra a mãe, a dona de casa Abadia Silva.

Depois de 2 meses, o quadro foi revertido e o jovem recebeu alta médica. No entanto, estava tetraplégico e com paralisia cerebral. Desde então, a mãe luta para cuidar do filho. "Eu tenho problemas na coluna e, mesmo assim, me esforço muito para ajudá-lo", diz.

Com o filho tetraplégico, tudo precisou ser adaptado em casa. A porta do banheiro foi trocada para a passagem da cadeira de rodas, e o quarto recebeu uma cama hospitalar, onde Rogério passa a maior parte do tempo.

O pai do jovem, Solimar Teodoro da Silva, também é doente e precisou deixar o trabalho para cuidar do filho. O gasto mensal com alimentação e medicamentos chega a quase R$ 4 mil, razão pela qual a família pede ajuda. "Ele entrou andando no hospital, feliz da vida, e saiu desse jeito. Só pode ter havido algum erro, pois se fosse um acerto ele não estava assim", afirma.

O Hospital Jardim América, onde foi feita a cirurgia, chegou a ser processado, mas a família perdeu a ação em primeira instância e o caso foi arquivado em 2012.

Segundo o advogado que representa o hospital, João Bosco Luz, a unidade deu toda a assistência financeira à família na época da operação, até que uma perícia comprovou que não houve erro médico. Ainda de acordo com o advogado, a análise do especialista comprovou que as complicações foram causadas porque Rogério fazia uso de remédios para emagrecer e não comunicou os médicos sobre isso antes da cirurgia. Por esse motivo, a Justiça deu ganho de causa para o hospital.

Sem perspectivas de melhoras do quadro físico de Rogério, a família tenta se conformar com as antigas lembranças de um jovem sorridente que tinha muitos planos, entre eles o de ser cantor sertanejo. O rapaz chegou a gravar um CD e a formar dupla com um colega, mas os projetos foram interrompidos em função das sequelas da operação.

Fonte: Globo.com