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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Mãe de menina que morreu de dengue no RJ registra caso na polícia

Yasmim, de 12 anos, foi mandada para casa mesmo passando mal.
Médicos disseram que se ela tivesse atendimento correto tinha sobrevivido.


Passando mal, com febre e dores no corpo, a menina Yasmim Vitória Gonçalves, de 12 anos, foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em 4 de março. E mesmo passando mal, os médicos liberaram a menina para voltar para casa. Yasmim morreu três dias depois.

A mãe da menina registrou o caso na delegacia. “Foi um descaso”, disse Andressa Barros, mãe de Yasmim. Segundo ela, no dia 4 de março Yasmim acordou passando mal, estava com febre, sentia dores pelo corpo e não conseguiu nem ir à escola. A mãe levou a filha à UPA, no Centro de Caxias, que só atende crianças. O boletim de atendimento de urgência, preenchido pelo pediatra, já levantava uma hipótese para o caso: dengue.

Mas a menina foi liberada, já que o número de plaquetas não estava baixo. Só que no dia seguinte, Yasmim piorou. E a família, mais uma vez, foi até a UPA infantil de Caxias.

A mãe disse que mesmo estando debilitada, a menina não recebeu soro, porque a quantidade de plaquetas continuava normal.
“Ela falou, mas eu estou com muita dor nas costas. E minha filha estava visivelmente cansada. A doutora falou que é assim mesmo e liberou minha filha. Tem que ter um acompanhamento, uma observação durante 48 horas e não foi feito com a minha filha. Ela não foi atendida como deveria”, contou a mãe.

O estado de saúde da menina só piorava. A mãe, então, decidiu sair de Caxias e buscou atendimento em outra cidade. Levou Yasmim o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

“Muito cedo ela começou a me cutucar, dizendo que estava com gosto ruim na boca e cuspiu sangue. Disse para o meu marido vamos levar para o Lourenço Jorge”, lembra Andressa. Ela contou que quando os médicos do Lourenço Jorge analisaram o raio-X tomaram um susto.

“A doutora viu os exames e já falou: liberaram ela com essa imagem?”, detalhou a mãe. Logo a Yasmim precisou de uma UTI. E teve que ser transferida para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul do Rio.

“Ela precisou ser entubada, os rins pararam e minha filha foi parando. Falecendo aos poucos. A impotência é tão grande. Minha filha saiu daqui e quatro horas depois estava numa UTI, tendo hemorragia pulmonar. Todos falam que se o atendimento tivesse sido feito corretamente ela estaria viva”, disse a mãe.

O exame de sague feito no Laboratório Noel Nutels confirmou que a menina teve dengue.

A família registrou o caso na delegacia. “A gente vai anexar o histórico para poder responsabilizar os médicos, a diretoria do hospital e inclusive o próprio município, que tem responsabilidade objetiva nisso aí, de acordo com a Constituição Federal”, disse o advogado da família Átila Fonseca.

E Andressa Barros completa: “Vou lutar pela minha filha, por eles, por outras famílias para que não venha a acontecer com outras pessoas”.

A Secretaria de Saúde de Duque de Caxias disse que nos dois dias em que Yasmim foi atendida na UPA, os exames de sangue apontaram que não havia sintoma de gravidade de dengue, já que o número de plaquetas estava dentro da normalidade. A secretaria afirmou também que Yasmim recebeu medicamentos e foi liberada com a orientação de voltar, caso voltasse a ter os sintomas.

A secretaria disse que o procedimento para todos os pacientes com suspeita de dengue é esse: fazer um hemograma para avaliar o número de plaquetas e dar a orientação para procurar uma unidade de saúde caso o sintoma continue, já que o quadro da doença pode mudar em 24 horas.

Fonte: Globo.com