Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 21 de março de 2011

"O hospital deve assumir a responsabilidade pela troca de bebês", diz pai de gêmeos em Santos

O comerciante Rodrigo Santos Amarello, de 33 anos, pai dos gêmeos que nasceram na maternidade do Hospital São Lucas, em Santos (SP), na última sexta-feira (19), se diz revoltado com o atendimento recebido no hospital e afirma que está “absolutamente convencido” de que o seu filho foi trocado no hospital, poucas horas depois do parto.

“Se um dos recém-nascidos fosse do sexo feminino, os médicos teriam descoberto logo após o parto. É algo simples de se notar, portanto, é inadmissível que os profissionais tenham cometido esse tipo de engano”, diz Rodrigo.

O casal afirma que teve dois filhos do sexo masculino, mas recebeu um menino e uma menina horas após o parto. “A equipe de profissionais era composta por quatro médicos e um anestesista, que atuaram diretamente no parto da minha mulher. Será que ninguém conseguiu perceber se era menino ou menina? Isso é um verdadeiro descaso com o paciente”, diz Amarello.

Os exames de ultrassom, realizados durante o pré-natal, indicavam que ele seria pai de dois meninos, ao passo que ele já havia até escolhido os nomes: Nicolas e Gustavo. Após o parto, as crianças receberam uma pulseira –indicando que os recém-nascidos eram do sexo masculino– e, logo em seguida, foram encaminhadas ao berçário.

No entanto, sete horas depois da cirurgia, uma enfermeira constatou que um dos bebês era, na verdade, uma menina. Assim começou o drama de Amarello e de sua mulher, Evelyn Otero Pires, 22.

“A situação só não foi mais dramática porque todas as crianças permaneceram no hospital, um fato que afastou qualquer possibilidade de a criança ter sido roubada”.

Em entrevista ao UOL Notícias, concedida em seu estabelecimento comercial no centro de Santos, o pai dos gêmeos elevou o tom das críticas. “Quando cheguei ao hospital, eu quis esclarecer a situação com a equipe de médicos que participou do parto. Só que os funcionários ficaram me enrolando e diziam que os médicos estavam em reunião. Fiquei esperando mais de uma hora e não obtive uma resposta do hospital. Assim, eu decidi chamar a polícia para solucionar esse impasse.”

O caso está sendo investigado pela polícia, que trabalha com duas suspeitas. A primeira diz respeito à suposta troca de bebês da maternidade, o que iria comprovar o erro da equipe médica. A segunda hipótese é que houve um erro nos cinco exames de ultrassonografia, que apontou o sexo das duas crianças. Até o momento, o hospital trabalha com essa última.

Amarello não descarta a possibilidade de ter ocorrido erro no exame, mas ele se diz convencido de que houve troca de bebês no hospital e cobra responsabilidade da instituição. “O hospital tem a sua parcela de culpa. Entendo que os profissionais devem assumir a responsabilidade pelo ocorrido e desejo que esse problema seja resolvido o mais rápido possível.”

O desfecho dessa polêmica deve acontecer nesta terça-feira (22), quando será divulgado o resultado do exame de DNA feito pelos pais e as crianças recém-nascidas.

Outro lado
Em entrevista à imprensa local, o diretor-administrativo do Hospital São Lucas, Sérgio Paes de Melo, afirmou que a instituição fez uma reavaliação de todo o protocolo médico e de enfermagem realizado durante o parto dos gêmeos. Ele refutou qualquer possibilidade de ter ocorrido troca de bebês na maternidade, e mencionou a hipótese de erro no exame de ultrassonografia.

Um dos argumentos é que, entre as outras gestantes de filhos nascidos na mesma data, não há reclamação por uma menina, que estaria, então, no lugar de um dos filhos do casal.

Procurado pela reportagem do UOL Notícias, o hospital informou que a direção não poderia se pronunciar sobre o assunto, na tarde de segunda-feira (21), alegando compromissos administrativos.

Fonte: UOL