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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Erro médico pode ter sido a causa da morte de brasileira após cirurgia

Autópsia revela possível erro médico que matou a carioca durante cirurgia plástica em New Jersey

A morte da carioca Graciane Carvalho Sampaio, 27, após se submeter a uma cirurgia plástica em West Morris Plans, NJ, na sexta-feira, 27, pode ter sido provocada por um erro do médico Fadi Bejjani. Isso é que aponta o laudo do hospital onde foi realizada a autópsia, informou o irmão de Graciane, Wendel Carvalho da Silva, 31, em entrevista exclusiva ao Comunidade News de Toronto, Canadá, onde reside atualmente.

Grazy residia nos Estados Unidos desde 2005 e tinha dois filhos no Brasil, um de 9 e outro de 12.

Segundo Wendel, Grazy, como era conhecida na comunidade de Newark, NJ, onde trabalhava como manicure no Glamour Salão, teria dado entrada na clínica às 8 da manhã de sexta-feira, 27, para colocação de prótese de silicone nos seios, lipoaspiração na barriga e aumento dos glúteos.

Segundo Wendel, o laudo afirma que o Dr. Bejjani teria aplicado a gordura retirada da barriga na região das nádegas, atingindo uma veia e comprometendo o coração, provocando um infarto em Grazy ainda na mesa de cirurgia. “O que matou ela foi a gordura que ele tirou do abdômen e foi aplicar nas nádegas”, disse Wendel. “O meu advogado obteve a cópia da autópsia do hospital e nos informou que 80 por cento da causa da morte de minha irmã foi por este motivo”, completou dizendo que foi um erro médico grosseiro.

Ainda revoltado com as informações incorretas que estão circulando na imprensa local, Wendel diz que uma funcionária da clínica onde o médico trabalha, teriam oferecido a ele U$20.000 para que o médico não fosse processado. “Essa moça, Lucélia Silva, concedeu uma entrevista para um jornal brasileiro de Newark dizendo que Grazy teria omitido na ficha seu histórico de problemas cardíacos na família. Tudo isso é mentira. Nossa família não tem nenhum caso de problemas cardíacos, muito menos Grazy”, afirmou Wendel.

Segundo ele, Lucélia trabalha para o médico da clínica levando mulheres para serem operadas. “Ela simplesmente ofereceu U$20.000 para a gente parar com o processo”, disse Wendel completando que o médico terá que pagar no tribunal pelo erro que cometeu.

Para Wendel, o médico foi incompetente e negligente por não ter percebido que ela estava passando mal ainda na mesa de cirurgia.

Falsas informações
Wendel desfaz notícias de que a família estaria pedindo ajuda do Consulado Brasileiro em Nova Iorque para enviar o corpo ao Brasil, onde será enterrado. Segundo ele, uma meia-irmã de Grazy teria concedido entrevista à Rede Record no Brasil dizendo que a família precisa deU$20.000 para pagar as despesas de traslado. “Tudo isso não é verdade. Nós já temos o dinheiro suficiente pois várias pessoas, tanto nos Estados Unidos como no Canadá, estão ajudando. A patroa dela no salão está fazendo tudo que pode para ajudar. As comunidades brasileira e portuguesa estão ajudando e eu sou grato a todos eles”, disse Wendel.

Ele também diz que a notícia de que Grazy teria pedido dinheiro emprestado para amigas a fim de fazer a cirurgia, não procede. “Na verdade, fui eu quem emprestou parte do dinheiro para ela. Grazy me ligou dizendo que queria muito fazer a operação e me pediu U$2.000. Eu não tinha tudo, mas emprestei U$1.000”, disse ele que ainda pediu a irmã para tomar muito cuidado e fazer os exames necessários antes.

O corpo de Grazy foi velado na casa funerária Las Americas em Newark no dia 5 último. O corpo deve seguir para Rondon do Pará, onde ela foi criada, na quarta-feira, 8. Wendel disse que o corpo de Gracy ficará no mesmo túmulo onde está a mãe dela.

Médico não era cirurgião plástico
Apesar de ser certificado em medicina pelo Conselho Americano de Medicina Física e Reabilitação e Gerenciamento de Dor, pela Câmara Americana de Medicina da Dor e da Câmara Americana de Cirurgia Minimamente Invasiva da coluna, o Dr. Bejjani não aparece na relação de cirurgiões credenciados pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos. Para fazer parte da entidade, apenas os médicos que se formaram em cirurgia plástica, com mínimo de dois anos de experiência e tendo o seu passado como médico verificado, pode ser aceito na entidade.

Para o Dr. Alfred Sofer, um cirurgião plástico de Fairfield, CT, e membro da entidade, este deve ser o primeiro passo que uma pessoa deve tomar ao pensar em procurar um médico para uma cirurgia plástica. “Se um médico diz que é membro da “Cosmetic Surgery Socity”, não quer dizer muita coisa, pois ele precisa apenas pagar uma taxa para ser aceito”, explica ele completando que o correto é olhar se ele consta na lista da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (www.plasticsurgery.org) porque eles verificam se o médico é de fato um cirurgião formado, se existe problemas no seu histórico médico e até fazem perguntas para saber como o médico lidaria em determinados casos.

Alguns sinais, diz Dr. Sofer, podem alertar o paciente de que algo não está correto. Para ele, se um médico insiste muito para a pessoa fazer o procedimento cirúrgico, dizendo que não existe nenhum risco e que tudo ficará bem, pode ser um mal sinal. “Quando eles dão ao paciente uma expectativa idealística e não explicam quais as complicações que podem ocorrer e o que você pode esperar, isso deve levantar suspeitas”, explica ele.

Fonte: Comunidade News