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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

CFM defende Revalida para segurança do paciente

Ao permitir que médicos formados em outros países atuem no Brasil antes de aprovação do exame de revalidação de diplomas de Medicina obtidos no exterior (Revalida), o Governo coloca em risco a saúde da população e não soluciona o problema da falta de médicos em algumas regiões e em determinados serviços públicos de saúde no Brasil. Essa foi a defesa do conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Jeancarlo Cavalcante, durante audiência pública sobre o tema, na Câmara dos Deputados.

Cavalcante destacou que os estrangeiros “são muito bem-vindos ao território nacional, mas é preciso – assim como em qualquer país desenvolvido – se submeter a um filtro de qualidade, porque senão vamos oferecer à sociedade brasileira um Medicina que não podemos aferir. A população corre sérios riscos”, alertou. Segundo ele, já tramitam inclusive propostas que incluem outras nacionalidades no Programa Mais Médicos, fazendo com que mais estrangeiros entrem no país de forma “provisória”.

A mesma linha foi defendida pelo deputado Geraldo Rezende (PSDB-MS), integrante da Comissão de Educação. O parlamentar questionou: “quem está direcionado estes profissionais? Pois os nossos governantes quando doentes não procuram o Serviço Público e sim os mais notáveis profissionais. Precisamos de amarras para aferir a qualidade, pois estes profissionais colocam em risco a vida de um povo que já é sofrida”.

Mais Médicos – Durante a audiência em Brasília, o representante do CFM ainda criticou a contratação de médicos no âmbito do Programa Mais Médicos. “Ninguém em sã consciência é contra um projeto que leva médicos aonde não tem médicos. Mas é preciso que se submetam a um filtro de qualidade”, afirmou.

O Programa foi criticado também por vários parlamentares. Lelo Coimbra (PMDB-ES) definiu os Mais Médicos como um “estupro”, uma vez que o legislativo já tinha decidido pela matéria. “Os prefeitos querem médicos, é claro! Eles não mal pagam, mal dão alimentação e abrigo. Na minha cidade tem uma médica que precisa morar de ajuda. Qual prefeito não gostaria nesta circunstância? E qual médico gostaria de submeter a isso?”, questionou.

Já o deputado Mandetta (DEM-MS) criticou a importação de médicos estrangeiros sem nenhuma prova e disse que isso acaba “mediocrizando a medicina”. O parlamentar afirmou que “o Estado não tem coragem de aplicar uma prova para entregar a prerrogativa a este indivíduo a cuidar de vidas que, em tese, deveria ser a coisa mais importante de uma Nação”, e ainda completou: “haverá duas medicinas no país”.

O Programa – Em contraponto aqueles que afirmam que o Revalida é uma barreira, o representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Henry de Holanda Campos, destacou que 33,77% dos médicos diplomados na Bolívia foram aprovados no último exame e estariam aptos para exercer a medicina no País. Já a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, afirmou que o Revalida é feito com zelo, cuidado e rigor metodológico.

O Revalida foi criado por meio de uma portaria interministerial, em 2010, e tem sido aplicado desde então, anualmente. A média de aprovação anual desta prova está em 20%. O número aponta as carências na formação dos candidatos, que demonstram desconhecimento de sintomas, técnicas e procedimentos exigidos de um egresso de uma escola médica brasileira que ainda não passou por uma especialização. Contudo, a série histórica mostra que os percentuais de aprovação têm crescido consideravelmente nos últimos dois anos: 12,13% (2011), 9,85% (2012), 6,83% (2013), 32,62% (2014) e 42,15% (2015).

*Informações do CFM

Fonte: SaúdeJur