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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Homem com câncer em estado terminal casa em hospital no DF

Ele vivia com companheira há 21 anos; pedido aconteceu há 15 dias.
Cerimônia foi agilizada devido ao estado de saúde do noivo, diz hospital.


Um paciente que tem câncer no pâncreas e está em estado terminal casou em um hospital do Distrito Federal nesta sexta-feira (7). A união de José Antônio Escórcio, 54 anos, e Marinalva dos Santos, 43, aconteceu na capela do Hospital de Apoio de Brasília, onde ele está internado desde o dia 21 de setembro. O pedido de casamento foi feito há 15 dias, no hospital.

Marinalva disse que não esperava que o companheiro a pedisse em casamento. “Foi tudo muito rápido”, explicou. A noiva contou que vive com Escórcio há 21 anos. Segundo ela, o casamento não formal não ocorreu em duas décadas de união porque o “tempo passou”.

“Começamos a sair três meses depois que nos conhecemos. Trabalhávamos juntos em uma casa onde ele era pedreiro. É claro que a iniciativa de convidar para sair foi dele. Depois começamos a morar juntos, os filhos nasceram e o tempo foi passando”, disse a noiva.

Antes de retornar à ala dos pacientes terminais, Escórcio falou sobre a cerimônia e agradeceu pelo apoio dos funcionários do hospital. “Tenho que agradecer pelo momento em que estou aqui sentado nesta cadeira de rodas, mas espero que Deus vá tomar uma iniciativa, porque a gente passa por umas coisas que não esperamos. Enquanto pensamos que estamos passando mal, têm pessoas piores que a gente. Tenho que agradecer a todos que colaboraram com a festa”, disse.

O casal tem dois filhos, uma jovem de 20 anos e um adolescente de 14. O paciente tem outros três filhos de outros casamentos. A esposa afirmou que ele descobriu a doença há cerca de quatro meses, quando começou a sentir sintomas como azias e dores abdominais. Com a descoberta do câncer, Escórcio logo foi internado.

“Ele estava em outro hospital, mas há uma semana ele começou a piorar e foi transferido para este”, explicou Marinalva. Quando foi pedida em casamento, os servidores do local se mobilizaram para realizar o desejo do paciente.

A assistente social do hospital, Soraia Diniz, disse que o noivo está debilitado e com dificuldades de fala. Isso fez com que o casamento fosse agilizado.

“De uma semana para cá, o quadro evoluiu demais. A gente não tem controle nenhum sobre o câncer de pâncreas para estimar quanto tempo o paciente ainda tem, por isso houve a necessidade de agilizar todo o processo de união”, afirmou.

A juíza de paz Vera Shirley Ferreira celebrou a união dos noivos. Ela disse que é a terceira vez que realiza esse tipo de união. “Não tem como deixar de se emocionar. É um sonho que faz com que a gente encontre forças para realizar o que desejamos”, afirmou.

O casamento de Escórcio e Marinalva não é o primeiro a ser realizado no hospital. De acordo com o diretor do local, Alexandre Lyra, quatro outras uniões foram realizadas na capela do hospital. Ele disse que já é tradição tentar “humanizar” o atendimento no ambiente hospitalar.

“Não temos ambiente hospitalar aqui, mas sim familiar. Para nós é de grande importância que as pessoas tenham momento alegres, mesmo no momento triste que é a doença”, explicou Lyra.

O diretor disse ainda que realizar o desejo de Escórcio foi ainda mais importante pelo estado de saúde em que ele se encontra. “Ele já tem pouco tempo de vida e queria muito realizar a união antes de morrer. Tentamos agradar o máximo possível o paciente”, disse.

A filha do casal, Estela dos Santos, disse que ficou feliz com a união dos pais. “Vou ficar mais contente se eu puder casar e ter um sentimento tão verdadeiro, alegre como foram esses 21 anos de casamento da minha mãe e do meu pai. Estou muito satisfeita. A relação dos dois é muito boa, a gente se diverte muito”, contou.

Fonte: Globo.com