Em Novembro do ano passado, o bastonário da Ordem dos Médicos já tinha anunciado a sua pretensão de ir às Nações Unidas alertar para a importância da relação médico-doente.
O Governo português vai apoiar a proposta da Ordem dos Médicos de elevar a relação médico-doente a património imaterial da humanidade pela UNESCO, anunciou esta terça-feira o ministro da Saúde.
"Fomos confrontados positivamente com a proposta de que a relação médico-doente seja considerada pela UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura — património imaterial da humanidade. Naturalmente, achamos que é uma ideia que honrará o país e que fará, do ponto de vista internacional, justiça àquilo que é uma das relações historicamente mais importantes, que é a relação médio-doente", afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes.
O ministro, que falava aos jornalistas em Lisboa à margem da assinatura de um protocolo, disse que o Governo vai trabalhar com o bastonário da Ordem dos Médicos, tendo "abertura para acolher esta iniciativa".
Questionado pelos jornalistas, Adalberto Campos Fernandes não deu mais detalhes sobre a forma como o Governo pretende apoiar esta iniciativa.
Em Novembro do ano passado, o bastonário Miguel Guimarães tinha anunciado a sua pretensão de ir às Nações Unidas alertar para a importância da relação médico-doente, que a Ordem pretende ver elevada a património imaterial da humanidade pela UNESCO.
A ideia de candidatar a relação médico-doente a património imaterial da humanidade partiu inicialmente da ordem dos médicos de Espanha e contou desde logo com o "forte apoio" dos médicos portugueses, segundo Miguel Guimarães.
"A Ordem dos Médicos portuguesa está a apoiar fortemente esta proposta e vamos tentar ir um pouco mais longe, tendo programada uma reunião nas Nações Unidos, com o secretário-geral para lhe falarmos da questão da relação médico-doente", afirmou o bastonário em Novembro.
Para o bastonário dos médicos portugueses, a questão fundamental é "a humanização dos cuidados de saúde", salvaguardando a segurança clínica dos doentes e dos próprios médicos.
"No dia em que [a relação médico-doente] for reconhecida, estamos a dar uma importância a essa relação que não tem tido para os governos dos vários países", considera Miguel Guimarães.
Fonte: https://www.publico.pt/2018/09/04/sociedade/noticia/governo-apoia-relacao-medicodoente-como-patrimonio-da-humanidade-1842982
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.