*Por Gilberto Dimenstein
Aconteceu o que já prevíamos: a reprovação da maioria dos estudantes de medicina que fizeram a prova para medir seus conhecimentos, realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. A pergunta mais importante ao cidadão: quem nos salva dos médicos?
Apesar de reprovados, os formados têm o pleno direito de exercer a profissão. Não somos informados quais os reprovados. Nem quais as piores faculdades -era o mínimo de transparência necessária.
O que sabemos é que, em breve, eles estarão num pronto-socorro atendendo casos de emergência.
A culpa é dos estudantes que não aprenderam? Eles também são vítimas. Vítimas que geram vítimas.
A culpa, em essência, é dos governos que liberaram a abertura de escolas de medicina e não desenvolveu melhores mecanismos para cobrar qualidade.
Sou solidário, até certa ponto, com estudantes que fizeram o boicote ao exame, argumentando que as escolas deveriam ser avaliadas com profundidade.
Mas sou mais solidário com o cidadão comum que tem o direito de saber dos riscos à sua saúde.
Fonte: Folha.uol.com.br