segunda-feira, 21 de julho de 2014

Negligência: erros médicos são difíceis de provar nos tribunais

Provar o erro médico não é o único obstáculo das vítimas de negligência

A maior parte dos processos-crime por negligência médica são arquivados e o jornal i fez um levantamento de algumas razões que tornam tão difícil provar a existência de erro médico.

Se é verdade que a negligência médica é uma realidade, não é menos verdade que as condenações por este tipo de erro são pouco comuns, explica o jornal i (Portugal), citado pelo Notícias ao Minuto.

As razões prendem-se com a dificuldade que existe em provar que existiu dolo ou relação directa entre a acção do médico e a lesão ou a morte, ou seja, que efectivamente se trata de um homicídio por negligência.

Ou os casos são flagrantes, como uma tesoura esquecida no abdómen de um paciente, ou os próprios advogados aconselham os clientes a saltar o processo-crime para uma acção cível, onde não é necessária a apresentação de tantas provas.

Mas a dificuldade em provar o erro médico não é o único obstáculo das vítimas de negligência. Estes casos, regra geral, são caracterizados pela sua complexidade e os procuradores e juízes são obrigados a interpretar uma linguagem que desconhecem, sendo que as perícias são escritas por médicos e raramente são isentas.

A isenção dos médicos é também um factor, aponta o jornal i. Transcrevendo as declarações de um advogado, os médicos “tendem a defender-se uns aos outros”, a não ser que o caso seja escandaloso.

Fonte: i/Notícias ao Minuto (Portugal)