quinta-feira, 17 de julho de 2014

ES: Investigação após morte na espera por UTI

Segundo o subsecretário de Saúde, o caso será investigado para esclarecer se houve algum tipo de erro

O caso da menina de um ano e quatro meses que morreu após esperar três dias por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (Utip), na noite de segunda-feira (14), vai ser investigado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa), de acordo com o subsecretário de Estado para Assuntos de Gestão Hospitalar, Fábio Benezath. Ele também explicou que estado possui uma déficit no número de leitos para UTIs, que ainda deve permanecer por algum tempo.

O drama da família teve início no dia 20 de junho, quando a criança foi internada pela primeira vez, com bronquite asmática. Dias depois, ela foi liberada. Mas em 6 de julho, o quadro piorou e ela retornou à unidade. Por conta de complicações, os médicos pediram a transferência dela no dia 11 de julho, para o hospital em Cachoeiro. Porém, o procedimento só ocorreu na última segunda-feira (14), após ela ser transferida para um unidade de saúde em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do estado, mas acabou não resistindo.

Segundo o subsecretário de Saúde, o caso será investigado para esclarecer se houve algum tipo de erro. ``A Secretaria vai fazer uma auditoria médica no prontuário para analisar toda a internação dessa criança, desde o primeiro dia até o dia da tranferência``, disse.

De acordo com um dos amigos da família, Charles de La Vega, a gravidade da situação já havia sido percebida pela profissional que fez o atendimento ainda em São Mateus. ``Desde o retorno dela ao hospital que a médica já sabia da necessidade de um atendimento de urgência e que aquele hospital não tinha estrutura para dar o atendimento que ela precisava``, falou.

Ele ainda contou que buscou junto ao Ministério Público uma determinação para que a paciente fosse internada em uma UTI, em um prazo de 24 horas, mas a família não conseguiu reposta da central de vagas. A menina ainda precisou esperar alguns dias, até ser transportada de helicópeto para o município no Sul, mas, horas depois, não resistiu. ``É uma sensação de impotência, é um descaso com a saúde pública e com as pessoas menos favorecidas``, desabafou Charles.

Sobre o problema da falta de leitos de UTI, o subsecretário Fábio Benezath explicou que essa é uma situação que a Sesa tenta resolver. ``Esse déficit, apesar de ser minimizado, ainda permanecerá por um período logo. Porque o déficit era de 500 leitos e nós abrimos 150. Ainda tem um déficit de 350 leitos de UTI no estado``, disse Fábio.

Fonte: Gazeta