segunda-feira, 14 de outubro de 2013

MPF: Hospital do Rio tem falta de remédios e produtos fora de validade

Médicos do hospital, em depoimento ao MPF, confirmaram que o hospital enfrenta problemas graves

Faltam medicamentos básicos e insumos são estocados fora do prazo de validade e em locais infestados por cupins no Hospital Federal do Andaraí, na zona norte do Rio de Janeiro, segundo o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

O MPF realizou uma inspeção na unidade na última terça-feira (8). Durante a inspeção, o procurador da República Sergio Gardenghi Suiama constatou a falta de diversos medicamentos de uso comum - como dipirona e tramal - bem como de insumos básicos - como dispositivos de dieta enteral, próteses ortopédicas, gaze e extensores para administração de medicamentos via parenteral. A administração do hospital informou ao MPF que atualmente faltam no almoxarifado 38 itens diferentes, e na farmácia 14 espécies de medicamentos.

O MPF constatou também que os insumos adquiridos estavam estocados de forma imprópria, no subsolo do prédio, em lugar sujo, úmido, insalubre e com diversas tubulações e fios elétricos soltos. Durante a visita, além de produtos fora do prazo de validade, foram encontradas mais de dez caixas de sondas descartadas, em razão de recente infestação de cupins no local.

Diante dessas condições, os servidores do hospital separam os produtos mais comprometidos, colocando uma fita de alerta vermelha no entorno e um aviso para que sejam esterilizados, segundo o ministério público.

Médicos do hospital, em depoimento ao MPF, confirmaram que o hospital enfrenta problemas graves relacionados à gestão administrativa e à falta de suprimentos e de recursos humanos. O MPF apura, ainda, a inserção criminosa de dados zerados nos pedidos de compras de medicamentos e insumos para o Andaraí.

O MPF instaurou um procedimento para apurar a situação do hospital após a denúncia de que cirurgias não estavam sendo realizadas devido à falta de materiais médico-hospitalares. Em outra inspeção, realizada no mês de agosto, ortopedistas lotados no setor de emergência da unidade informaram que estavam há três meses sem realizar cirurgias, em razão da falta de pinos e outros materiais cirúrgicos.

Fonte: UOL