O advogado da médica Virgínia Helena Soares de Souza declarou que “quem viver, testemunhará o maior erro acusatório da história do Brasil”
O estudo da defesa da médica Virgínia Helena Soares de Souza, acusada de abreviar a vida de sete pacientes internados na UTI do Hospital Evangélico entre 2006 e janeiro deste ano, foi concluído, afirmou na sexta-feira o advogado Elias Mattar Assad, que responde pela defesa de Virgínia. A informação foi divulgada na página do advogado no Facebook.
De acordo com o Assad, para finalizar o estudo, foram confrontados os procedimentos constantes dos prontuários de cada paciente – os mesmos utilizados pela Polícia Civil para elaborar o inquérito policial – com a literatura médica especializada.
Em auditoria, Evangélico não deu informações sobre conduta na UTI“A defesa atuará como um britador, destruindo a solércia!!! Quem viver, testemunhará o maior erro acusatório da história do Brasil”, escreveu o advogado.
Em entrevista concedida por telefone à reportagem, Assad disse que o principal motivo que levou à acusação de Virgínia e outras sete pessoas ligadas ao HE foi a interpretação errônea das informações contidas nos prontuários analisados no processo. Segundo o advogado, todas as anotações feitas pela médica nos documentos estão de acordo com os protocolos nacionais de medicina.
“Esta acusação foi levada de maneira forçada pra a justiça criminal. Virgínia, naquela UTI, apenas praticou a medicina intensiva”, disse.
Denúncia
No dia 11 de março, oito pessoas, entre elas a médica Virgínia de Souza, foram denunciadas criminalmente à Justiça pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por mortes de pacientes ocorridas na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Evangélico de Curitiba. Seis deles são funcionários do hospital e foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e sem chances de defesa às vítimas) e formação de quadrilha. Outras duas pessoas foram denunciadas apenas pelo crime de quadrilha. Quatro dias depois, a Justiça aceitou a denúncia do MP-PR. O caso corre em segredo de Justiça.
Fonte: Angieli Maros - Correio do Povo Online