Justiça decretou a ilegalidade do movimento, mas sindicato recorreu
Corpos a céu aberto, caminhão alugado para acomodar cadáveres e vítimas de mortes violentas enterradas sem necropsia. Essas são algumas das consequências da greve de médicos-legistas no IML (Instituto Médico Legal) de Maceió, que já dura oito dias.
Segundo o diretor-geral do órgão, Luiz Mansur, os profissionais dizem que não há condições de trabalho no prédio. A falta d´água é frequente, moscas se acumulam no local e urubus sobrevoam o imóvel.
O governo alugou um caminhão de um frigorífico para armazenar os corpos, mas não chegou a usá-lo. Segundo um legista que não quis se identificar, o caminhão chegou sem serviço de refrigeração.
Mansur disse que o veículo não foi necessário porque os corpos começaram a ser liberados no domingo, sem perícia, por determinação da Secretaria da Defesa Social.
No sábado, a Justiça decretou a ilegalidade da greve, mas o Sindicato dos Médicos recorreu. O presidente da entidade, Welington Galvão, diz que o governo não apresentou outro local para fazer as perícias. O governo afirma que ainda busca uma solução.
Em Maceió, estão parados também os odontolegistas e os peritos criminais.
Fonte: Folha de S.Paulo / RICARDO RODRIGUES