Pronto Atendimento trabalha com o triplo de sua capacidade; UTI está sem vagas
A superlotação dificulta o atendimento de pacientes no Hospital Beneficência Portuguesa, de Ribeirão Preto. O convênio do hospital com a prefeitura reserva 101 leitos para o SUS. No entanto, já são 122 pessoas internadas e mais de 20 no pronto atendimento.
Conforme apurou a reportagem da EPTV, o pronto atendimento, com sete leitos, está operando com o triplo de sua capacidade. Por conta da falta de espaço físico, os funcionários do hospital estão utilizando macas. Dentre os pacientes, há pelo menos quatro pessoas em coma, respirando com a ajuda de aparelhos, que precisariam estar na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), também sem vagas.
"Estamos prendendo as macas que chegam nas ambulâncias. É o único jeito da gente atender”, afirmou o enfermeiro Anderson Custódio.
Além da falta de espaço físico, enfermeiros e médicos não estão dando conta da demanda. A dona de casa Rosângela Pereira disse à reportagem que esperava no hospital há pelo menos um dia. "Eles estão na correria e são poucos para atender muita gente”, afirmou.
Parte do problema de superlotação está também no mau uso da chamada “vaga zero”, uma exceção voltada para pacientes com real risco de morte. De acordo com a direção do hospital, somente na manhã de quinta-feira (31) o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) utilizou o argumento para encaminhar três pacientes – dois casos de diabete e um de cirrose – que não eram de emergência. “Mandam pacientes mesmo sem dispor de leito”, disse o diretor do hospital, José Victor Nonino.
O coordenador do Samu, Marcelo Dinardi, disse que a cidade está com uma demanda acima do normal e que os hospitais vão ter que se adaptar à situação pra não deixar de atender ninguém. "Quando os hospitais estão lotados e eu tenho um paciente precisando, tenho que enviar", afirmou Dinardi.
Resposta da prefeitura
O secretário municipal de Saúde de Ribeirão, Stênio Miranda, confirmou que existe um número de leitos destinados ao SUS no convênio firmado com a Beneficência Portuguesa, mas alegou que quando a demanda é maior, a prefeitura paga, à parte, para que o hospital atenda os doentes.
Ele disse ainda que nos casos de urgência e emergência não há limite de vagas e quem define o destino do paciente é a central de regulação.
Fonte: EPTV.com