domingo, 6 de junho de 2010

Erro médico em discussão

Hospital César Cals promove encontro para diminuir falhas que comprometem a saúde dos pacientes

Em cada dez pacientes, um sofre algum agravo relacionado ao atendimento de saúde durante a assistência. O erro, embora seja na maioria das vezes involuntário, deve ser avaliado para que não se repita, bem como para que se invista mais na segurança dos doentes.

Essa análise foi debatida, ontem, pela doutora em Enfermagem e representante da Câmara Técnica do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), Maria de Jesus Harada. Ela proferiu um curso para 110 profissionais enfermeiros de diferentes hospitais de Fortaleza e do interior do Estado no Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira (HGCC).

Tabu a ser quebrado

De acordo com Maria de Jesus Harada, a avaliação do erro é um tabu que deve ser quebrado por todas as categorias profissionais, a exemplo do que faz a aviação. ``Nós devemos perseguir o histórico do erro não para perseguir profissionais. Na verdade, a ´caixa preta´, como existe nos aviões, serve para que se acerte mais e para a melhoria do aprendizado``, disse.

Na sua avaliação, os erros mais comuns são aqueles que implicam em hora, data, uso de medicação e via certos. ``Quando um desses procedimentos não ocorre de forma correta, há agravos para o paciente``, asseverou a especialista.

Segundo Maria de Jesus, há medidas essenciais para um atendimento eficaz e sem erros, como a identificação do paciente; a orientação sobre a diferenciação de medicamentos cujas pronúncias são parecidas; os cuidados antes, durante e após o procedimento cirúrgico; a comunicação na passagem de plantão entre os profissionais; a transferência de pacientes; e o principal deles, a higienização das mãos. Para a enfermeira e professora, ``essa higienização é fundamental para a segurança do paciente, como potencial de redução de infecções``.

Conforme Solange Paiva, coordenadora de Educação Continuada do HGCC, o tema vem sendo discutido no mundo e é relevante para a prática de saúde. Essa atenção com a segurança faz parte das diretrizes da Organização Mundial da Saúde, desde 2004, quando foi lançada a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, na busca pela orientação, prevenção e reflexão nas práticas de cuidados de saúde.

Fonte: Diário do Nordeste