Anestésico encontrado em clínica estava com o prazo de validade vencido
Uma pomada de lidocaína usada, vencida em março e encontrada no lixo da sala de endoscopia, reforçou a suspeita de que a morte de duas pessoas submetidas ao exame numa clínica em Joaçaba foi consequência da aplicação do medicamento fora do prazo de validade.
Além de utilizar material inadequado, a Conci Clínica Médica não tinha alvará para procedimentos invasivos, o que inclui a endoscopia. A Secretaria Municipal de Saúde informou que o local tinha permissão para realizar apenas consultas.
A descoberta ocorreu ontem, quando o delegado Maurício Pretto e fiscais da Vigilância Sanitária abriram os envelopes apreendidos clínica, na sexta-feira, dia das mortes. A Polícia Civil acredita que a lidocaína, utilizada como anestésico de via oral, seja a causa mais provável dos efeitos colaterais nos oito pacientes que foram submetidos ao exame. Dois morrerram e seis internados – somente um permanece no hospital.
A lidocaína e o outros materiais recolhidos do consultório serão encaminhados ao Instituto Geral de Perícias (IGP) hoje. O exame será realizado pelo Instituto de Análises Ambulatoriais, em Florianópolis. O caso terá prioridade, mas o resultado não fica pronto em menos de 20 dias.
A Vigilância Sanitária fez nova vistoria no consultório e na sala de exames e determinou a interdição do local. Um computador e a maleta de primeiros socorros foram apreendidos. Técnicos de Florianópolis foram enviados a Joaçaba. Os especializada em farmaco-vigilância se concentraram nos medicamentosse e nas condições de atendimento.
O advogado da clínica, Germano Bess, considerou a interdição da clínica prematura. O médico Denis Braga e o advogado não foram localizados à tarde para comentar sobre a pomada vencida.
Fonte: A Notícia