quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ministério Público apresenta denúncia de 11 pessoas por simulação de radioterapia

O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra 11 supostos envolvidos no escândalo do tratamento simulado de radioterapia no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos, no litoral paulista. Entre os acusados estão cinco médicos da Unirad, que operava a máquina, o presidente e o diretor-técnico do hospital, além do secretário de Saúde de Santos, dois médicos e o chefe da Vigilância Sanitária.

As suspeitas de que pacientes eram submetidos a tratamentos em uma máquina quebrada surgiram no final de 2009. Depoimentos colhidos pelo promotor Cássio Conserino, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), evidenciaram que, no segundo semestre de 2007, o acelerador linear (dispositivo que emite feixes de radiação) começou a apresentar defeitos por causa do desgaste da bomba de cobalto.

Mesmo assim, segundo diversas testemunhas, o médico Hilário Romanezi Cagnacci, sócio da Unirad, continuou prescrevendo o tratamento. Indagado à época sobre a eficácia das aplicações, ele teria respondido que elas "melhorariam a parte psicológica dos pacientes". O Gaeco sustenta que o presidente do hospital, Ademir Pestana, e o diretor-técnico, Mário da Costa Cardoso Filho, se omitiram. O presidente alegou que o setor de radioterapia estava arrendado para a Unirad e, portanto, caberia à empresa a operação das máquinas.

Procurado, o hospital informou que não se pronunciaria. Nenhum médico ou funcionário da Unirad foi encontrado na clínica ou em seus telefones residenciais. A prefeitura de Santos afirmou que não se manifestaria por desconhecer o teor da ação.

Fonte : Agência Brasil