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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Manicure que matou menino é suspeita de falsificar laudo de ultrassom para aplicar golpe

BARRA DO PIRAÍ - O delegado titular da 88º DP (Barra do Piraí), José Mário Salomão de Omena, disse, na manhã desta terça-feira, que é falsificado o laudo de ultrassom encontrado junto com uma carta escrita pela manicure Suzana de Oliveira, de 22 anos, acusada da morte do menino João Felipe Eiras de Santana, de 6 anos. Na carta, Suzana planejava como sequestraria e mataria uma criança. O menino foi morto asfixiado por Suzana no dia 25 de março, num quarto do Hotel São Luiz, no Centro de Barra do Piraí. Ainda na correspondência, havia um pedido de resgate.

A carta e o exame foram entregues ao delegado no dia 1º deste mês pela mãe da manicure, Simone de Oliveira, de 38 anos. O policial mandou fazer um exame grafotécnico para conferir se a letra era mesmo da acusada. Segundo o policial, a capa era original, ou seja, da própria clínica. Omena, porém, explicou que o resultado do laudo era falso.

—– Na manhã desta terça-feira, a médica responsável pela clínica, onde supostamente teria sido feito o exame de ultrassom, deu vários motivos que me convenceu que se tratava de um exame falso. Provavelmente, Suzana tentou dar o golpe da barriga em alguma pessoa —– disse o delegado, lembrando que a manicure tinha um companheiro e ao menos um amante.

Segundo o delegado, foi feita uma falsificação grosseira com a assinatura da médica. O exame está em nome de Suzana, mas com outro sobrenome, possivelmente, inventado por ela. O resultado do laudo foi impresso em papel foto, que não é o tipo de papel usado pela clínica. O formato da letra e o modo de preenchimento do laudo também foge aos padrões utilizados pela médica.

—– O laudo informa que o feto tem 9,7 milímetros e atenta que a gestante está com três semanas exatas de gestação. Nenhum médico assina um laudo com a data exata de gestação, sempre essa data é aproximada. Porém, na medicina, o tamanho de 9,7 milímetros é de um feto que estaria com 5 a 6 semanas de gestação e não de 3 semanas, como consta no falso laudo —– disse José Mário de Omena.

Suzana continua presa no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio. O delegado já entregou o inquérito policial que apura a morte de João Felipe à Justiça de Barra do Piraí, após indiciá-la por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A manicure confessou que sequestrou a criança apenas para dar um susto no pai da vítima, o administrador Heraldo Bichara Júnior, de 38 anos, mas que algo acabou dando errado e que, por isso, teve que matar João Felipe. Se não fizesse isso, seria reconhecida por ele. Suzana afirmou que manteve um caso amoroso com Heraldo.

Ao depor no dia 2, o administrador negou qualquer envolvimento extraconjugal com a manicure de sua mulher, a empresária Aline Eiras Bichara. Ele, porém, disse que foi assediado no ano passado por Suzana.

O delegado não descartou a hipótese de a criminosa ter matado o menino para se vingar do casal, provavelmente por ter sido rejeitada pelo administrador. O policial instaurou outro inquérito complementar para apurar se há outras pessoas envolvidas no crime, além de Suzana.

—– Não acredito nisso, mas vou apurar. Aguardo as filmagens feitas por uma câmera de segurança de uma clínica médica localizada perto da casa de Suzana, na Rua Cristiano Otoni, no Centro de Barra do Piraí. A intenção é descobrir se foi gravado o momento em que a manicure chegou ao imóvel, no dia 25 de março, com a criança enrolada num lençol, provavelmente já morta. O menino foi encontrado pela polícia morto dentro de uma mala residência da acusada — disse Omena.

A polícia já tem as imagens que mostram Suzana, entrando sozinha com João Felipe, no Hotel Luiz. Ele aguarda agora, as imagens dela chagando em casa com João Felipe.

Fonte: O Globo