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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Após espera por leito em UTI, recém-nascido morre em Campo Bom, RS

Bebê nasceu na sexta (5) e sofreu uma parada cardíaca no domingo (7).
Laudo médico de sábado (6) informava que criança tinha pneumonia.


A alegria do nascimento de um filho foi transformada em pesadelo para o auxiliar elétrico Jeferson José Leste, de 32 anos. Após quase 40 semanas de espera e uma gravidez tranquila, a esposa do gaúcho de Campo Bom, Região Metropolitana de Porto Alegre, deu à luz Bernardo na sexta-feira (5) , às 15h30. As complicações vieram em seguida. O bebê foi diagnosticado com pneumonia e precisava ser transferido com urgência para uma UTI neonatal. Após três dias de espera, na tarde deste domingo (7), o recém-nascido teve uma parada cardíaca e morreu.

Apesar do parto tranquilo, o bebê de 46 cm e quase 4 kg não chegou a conhecer a mãe. Indignado, Jeferson contou ao G1 que após o nascimento no hospital Doutor Lauro Réus, em Campo Bom, a criança foi levada ao berçário e apresentava dificuldades para respirar. "Eu olhei pelo vidro e vi que ele estava respirando estranho. A médica me disse que era normal e que iriam colocar oxigênio, não era para eu me preocupar", relembrou e exigiu mais clareza por parte da equipe médica.

Com poucas informações sobre o verdadeiro problema do filho, foi apenas no sábado (6) a noite que conseguiu um laudo médico assinado pela insituição para que pudesse ser feita a transferência e cadastro na central de leitos da capital e do interior. "Disseram que ele estava com pneumonia e que precisava ser entubado. Mas o estado não tinha nenhum leito disponível", reclamou.

Em uma corrida contra o tempo, Jeferson acionou advogados, reuniu documentações e na manhã de domingo conseguiu a decisão judicial que pedia a compra de leito e transferência a hospital privado. "Ficamos esperando o carro equipado para podermos transferí-lo, mas assim que ele chegou o bebê teve uma parada cardíaca", disse Jeferson.

Um comunicado oficial do Sistema de Saúde Mãe de Deus, responsável pelo hospital Doutor Lauro Réus, divulgado na tarde deste domingo, informou que a criança nasceu com disfunção respiratória, iniciada minutos após o nascimento. "O quadro piorou no sábado, quando foi submetida à soroterapia e teve aumentada a quantidade de oxigênio por campânula. O paciente não melhorou", explicou o documento. O comunicado repetiu também que não havia leito disponível nas redes pública e privada, e que a equipe teria conseguido leito no Hospital Regina, na cidade vizinha Novo Hamburgo.

Leia o comunicado oficial na íntegra:
"O Hospital Doutor Lauro Réus comunica o falecimento, dia 7 de abril, às 15h35min, da recém nascida em 5 de abril, às 15h30. A criança nasceu a termo, com disfunção respiratória (iniciada alguns minutos após o nascimento). O quadro piorou no sábado, quando foi submetida à soroterapia e teve aumentada a quantidade de oxigênio por campânula. O paciente não melhorou. Na noite de sábado, o paciente foi cadastrado na central de leitos na Capital e do Interior. A família entrou com ordem judicial para compra de leito e transferência a hospital privado.

Não havia no noite de sábado (6/4) leito disponível nas redes pública ou privada. A equipe passou todo o dia de hoje, 7/4, ligando para os hospitais e conseguiu leito na tarde de hoje no Hospital Regina, em Novo Hamburgo. Infelizmente, o paciente faleceu antes de ser deslocada. A equipe do hospital fez de tudo para salvar o bebê, o que infelizmente não foi possível."

Fonte: Globo.com